Movimento dos combustíveis atenta-se para o contexto geopolítico de subida nos preços do petróleo, com finalidade de segurar os preços
O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou, hoje (25), o aumento dos percentuais de etanol e biodiesel nas misturas obrigatórias de combustíveis no Brasil. A partir de 1º de agosto, a gasolina passará a conter 30% de etanol anidro, em vez dos atuais 27,5%. Já o diesel terá 15% de biodiesel, ante os 14% vigentes. Entenda na TVT News.
A decisão foi tomada em reunião extraordinária na sede do Ministério de Minas e Energia (MME), com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do ministro Alexandre Silveira e de outras autoridades e representantes do setor energético. O encontro reforça o compromisso do governo com a estratégia nacional de transição energética e redução das emissões de carbono, além de atentar-se para o momento geopolítico de subida nos preços do petróleo, com finalidade de segurar os preços.
Segundo o MME, o aumento das misturas é tecnicamente viável, sem comprometer o desempenho, o consumo ou a dirigibilidade dos veículos. Além disso, a medida contribui para a redução da dependência de combustíveis fósseis e da vulnerabilidade frente à instabilidade do mercado internacional de petróleo. Com a mudança, estima-se que o país poderá deixar de importar cerca de 760 milhões de litros de gasolina por ano.
Expectativa para os combustíveis
A medida também deve aquecer a economia nacional. A expectativa é de que a demanda interna por etanol cresça até 1,5 bilhão de litros, com impacto positivo direto no setor sucroenergético. O MME estima ainda uma possível redução de até R$ 0,13 por litro no preço da gasolina ao consumidor final, como reflexo da maior participação do etanol na composição do combustível.
A decisão foi comemorada pela Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio), que emitiu nota destacando os impactos socioeconômicos positivos da medida. “É importante salientar que a decisão é fruto de uma decisão de Estado, consolidada entre os poderes Executivo e Legislativo a partir da Lei do Combustível do Futuro, diante do entendimento que é necessário fortalecer a segurança energética e alimentar dos brasileiros”, afirmou a entidade.
A FPBio também saiu em defesa dos biocombustíveis, especialmente o biodiesel, diante das críticas ao setor na iminência do aumento da mistura. “Já está demonstrado cientificamente que os biocombustíveis têm um impacto relevante e benéfico nos aspectos socioeconômicos, como na produção de alimentos, preservação ambiental e saúde pública”, reforçou a frente.
Com a nova medida, o governo federal reafirma o compromisso com um modelo energético mais limpo, renovável e sustentável, ao mesmo tempo em que busca reduzir custos, estimular a produção nacional e garantir mais segurança energética ao país.