Irã fecha Estreito de Ormuz, principal rota de passagem para o petróleo do Golfo. Operação Martelo da Meia-Noite partiu dos EUA
Leia como o mundo reagiu ao ataque dos EUA a instalações nucleares iranianas com a TVT News. EUA detalham como foi o ataque, chamado de Midinight Hammer.
Principais reações ao ataque dos EUA contra o Irã
- Irã decide fechar Estreito de Ormuz
- Chanceler do Irã diz que EUA “cruzaram linha vermelha”
- Rússia e China condenam ataque dos EUA; Rússia diz que decisão é “irresponsável”
- Papa Leão XIV alerta para esquecimento do que acontece em Gaza
- EUA detalham operação Midnight Hammer
- Europa fala em “negociação”
Após ataque dos EUA, parlamento do Irã aprova fechamento do Estreito de Ormuz
Depois do ataque dos EUA, o parlamento do Irã aprovou o fechamento do Estreito de Ormuz, canal pode onde passa cerca de 20% de todo o petróleo comercializado no mundo. De acordo com analistas internacionais, o fechamento do Estreito de Ormuz é a principal arma do Irã neste conflito.

O que é o Estreito de Ormuz
O Estreito de Ormuz é uma estreita faixa de mar que liga o Golfo Pérsico ao Mar de Omã e, consequentemente, ao oceano Índico.
O Estreito de Ormuz está localizado entre o sul do Irã e o norte dos Emirados Árabes Unidos e Omã e é a principal rota de exportação de petróleo dos países do Golfo (Arábia Saudita, Emirados, Kuwait, Iraque, Catar e Irã).
O fechamento do Estreito de Ormuz pode impactar no preço mundial do petróleo, com consequências negativas para a economia dos países dependentes do combustível fóssil.
Rússia condena ataque dos EUA ao Irã
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse neste domingo (22) que a “Rússia condena veementemente os ataques dos EUA às instalações nucleares do Irã “.
“A decisão irresponsável de submeter o território de um Estado soberano a ataques com mísseis e bombas, quaisquer que sejam os argumentos apresentados, viola flagrantemente o direito internacional, a Carta das Nações Unidas e as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Pedimos o fim da agressão e maiores esforços para criar condições para que a situação retorne a um rumo político e diplomático”, disse o ministério da Rússia no comunicado.
China condena ataque dos EUA
“A China apela a todas as partes no conflito, especialmente Israel, para que cessem o fogo o mais rápido possível”, publicou o Ministério das Relações Exteriores da China.
Irã diz que ataques dos EUA cruzaram “vermelha”
O Ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, classificou os ataques dos EUA como “ultrajantes” e disse que o país tem o direito de defender sua soberania.
“Os eventos são ultrajantes e terão consequências eternas”, publicou ele nas redes sociais, acrescentando que os ataques foram um comportamento “ilegal e criminoso”.
“De acordo com a Carta da ONU e suas disposições que permitem uma resposta legítima em autodefesa, o Irã reserva todas as opções para defender sua soberania, seus interesses e seu povo”, afirmou o Ministro das Relações Exteriores.
A organização de energia atômica do Irã também chamou os ataques dos EUA de “um ato bárbaro que viola o direito internacional”, acrescentando que “não permitirá que o caminho do desenvolvimento desta indústria nacional seja interrompido”.
Mais tarde, em coletiva de imprensa, o ministro Abbas Araqchi afirmou que os EUA “cruzaram uma linha vermelha muito grande” ao bombardear instalações nucleares iranianas.
O chanceler também disse que Teerã convocou o Conselho de Segurança da ONU para uma reunião de emergência.
Israel parabeniza ataque dos EUA
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, parabenizou Trump, dizendo que o ataque dos EUA vai “ajudar a liderar o Oriente Médio e além, rumo a um futuro de prosperidade e paz. Sua ousada decisão de atacar as instalações nucleares do Irã com o poder impressionante e justo dos Estados Unidos mudará a história” disse Netanyahu em mensagem de vídeo, acrescentando que os ataques dos EUA demonstraram que “a América tem sido verdadeiramente insuperável”.
Ataque dos EUA: Papa Leão XIV faz apelo pela paz e teme esquecimento de Gaza
Depois do ataque dos EUA ao Irã, o Papa Leão XIV faz pela paz durante a oração do Angelus, tradicional benção dominical aos católicos.
“Sucedem-se notícias alarmantes vindas do Oriente Médio, especialmente do Irã. Neste cenário dramático, que inclui Israel e Palestina, leva ao risco de cair no esquecimento o sofrimento quotidiano da população, especialmente em Gaza e em outros territórios, onde a urgência de um adequado apoio humanitário se torna cada vez mais urgente”, afirmou o Papa Leão XIV.
Conselho de Segurança deve fazer reunião de emergência
Conselho de Segurança da ONU deve fazer reunião de emergência após pedido do Irã
Logo após o ataque dos EUA, o secretário geral da ONU, Antonio Guterrez, afirmoui nas redes sociais que “não há solução militar para a tensão no Oriente Médio.
“Estou profundamente alarmado com o uso da força pelos Estados Unidos contra o Irã hoje. Trata-se de uma escalada perigosa em uma região já em perigo – e uma ameaça direta à paz e à segurança internacionais. Há um risco crescente de que este conflito possa rapidamente sair do controle – com consequências catastróficas para os civis, a região e o mundo.
Apelo aos Estados-Membros para que reduzam a tensão e cumpram suas obrigações sob a Carta das Nações Unidas e outras normas do direito internacional. Neste momento perigoso, é fundamental evitar uma espiral de caos.
Não há solução militar. O único caminho a seguir é a diplomacia. A única esperança é a paz”, publicou Antonio Guterrez.
Reações da Europa ao ataque dos EUA
Keir Starmer, primeiro-ministro do Reino Unido apoiou o ataque dos EUA. O primeiro-ministro britânico pediu ao Irã que “retorne à mesa de negociações e chegue a uma solução diplomática para pôr fim a esta crise”. Starmer afirmou que “o Irã jamais poderá desenvolver uma arma nuclear, e os EUA tomaram medidas para aliviar essa ameaça”.
A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que “o Irã jamais deve adquirir a bomba”
Para Ursula von der Leyen “com as tensões no Oriente Médio atingindo um novo pico, a estabilidade deve ser a prioridade. E o respeito ao direito internacional é fundamental. Agora é o momento para o Irã buscar uma solução diplomática confiável. A mesa de negociações é o único lugar para pôr fim a esta crise.”
Ataque dos EUA foi batizado de Midnight Hammer
A operação de ataque dos EUA ao Irã foi batizada de Midnight Hammer (Martelo da Meia-Noite).
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, e o chefe das Forças do Estado-Maior, Dan Caine, realizaram coletiva de imprensa no Pentágono na manhã de domingo (22), explicando a operação Midnight Hammer (Martelo da Meia-Noite) na qual os EUA atacaram o Irã.
Como foi o ataque dos EUA ao Irã:
- 14 granadas de artilharia pesada foram lançadas sobre alvos iranianos por volta das 2h10, horário local no Irã. Depois, mísseis também atingiram as instalações nucleares.
- Operação “Martelo da Meia-Noite” envolveu mais de 125 aeronaves e uma operação de dissimulação que incluiu o desdobramento de bombardeiros sobre o Pacífico como “isca”.
- O ataque dos EUA envolveu sete bombardeiros B-2 , aeronave militar projetada para atacar alvos terrestres.
- Bombardeiros B-2 lançaram mais de 12 bombas Massive Ordnance Penetrator de 13.660 kg, sobre duas instalações nucleares iranianas, Fordow e Natanz.
- Dezenas de mísseis Tomahawk também foram lançados contra alvos no Irã como parte da operação.
- Os bombardeiros B-2 partiram de baseno Missouri (EUA) atingiram Fordow, Natanz e Isfahan a partir das 03h10 (horário local) e estavam fora do espaço aéreo iraniano às 03h30 (horário local).
EUA dizem que americanos no Irã devem se abrigar
O Departamento de Defesa dos EUA dizem que não pretendem dar assistência direta para saída de americanos no país e que eles devem se preparar para se abrigar por “longos períodos”
Entenda o ataque dos EUA: TVT News explica
A âncora do TVT News Primeira Edição, Talita Galli, conversou com os comentaristas Biazita Gomes e Eduardo Castro, e com retransmissão da TV Al Jazeera.