sexta-feira , 6 de junho 2025

governo Lula anuncia 500 milhões para o programa

Novo termo prevê a instalação e recuperação de 52,5 mil cisternas em áreas rurais do Semiárido. Entenda na TVT News

O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) do governo Lula firmou um novo termo de colaboração com a Associação Programa Um Milhão de Cisternas (AP1MC), que prevê a instalação e recuperação de 52,5 mil cisternas em áreas rurais do Semiárido brasileiro. Entenda na TVT News.

O anúncio foi publicado no Diário Oficial da União na última sexta-feira (30) e confirma um investimento de R$ 500 milhões destinados a famílias de baixa renda inscritas no Cadastro Único.

A iniciativa contempla a construção de 50 mil novas cisternas, das quais 46 mil serão para consumo (chamadas de “cisternas de 1ª água”), quatro mil para produção agrícola (as “cisternas de 2ª água”) e 245 cisternas escolares, além da recuperação de 2,5 mil equipamentos com mais de dez anos de uso.

Os estados beneficiados são: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Todos enfrentam, de formas distintas, os impactos da estiagem e a escassez hídrica prolongada, fenômenos que comprometem a saúde, a alimentação e o trabalho de milhões de brasileiros.

A diretora do Departamento de Promoção da Inclusão Produtiva Rural e Acesso à Água do MDS, Camile Sahb, ressaltou a importância do programa. “Água boa para beber, cozinhar, produzir, ter mais saúde, qualidade de vida e tempo para outras atividades. É incrível ver a mudança que o programa provoca na vida das pessoas”, destacou.

Cisternas e as vidas no Semiárido

O impacto das cisternas é perceptível no cotidiano das famílias beneficiadas. Francisco Assunção, agricultor do Semiárido cearense, relembra como era sua rotina antes de ter acesso à água potável: “Eu disputava a água com os bichos, pegava de açude e tinha gado dentro”. Com a cisterna em casa, tudo mudou. Agora, além de água limpa para consumo, ele também planta e colhe alimentos em sua propriedade.

Nas escolas, a transformação também é visível. Maria das Graças de Morais, merendeira em Caucaia (CE), relata que antes o abastecimento era feito por caminhão-pipa com água de qualidade duvidosa. “A maioria das crianças sentia dor de barriga. Depois que a cisterna chegou, isso melhorou”, disse.

cisternas
Modelos de cisternas do programa do governo Lula. Foto: MDS

Programa Cisternas

Criado em 2003, o Programa Cisternas é uma política pública reconhecida internacionalmente por seu impacto social e ambiental. Em mais de duas décadas, já foram construídas mais de 1,3 milhão de tecnologias sociais de acesso à água, beneficiando cerca de 5,2 milhões de pessoas em 1.546 municípios brasileiros. As estruturas são erguidas próximas às residências ou instituições comunitárias, como escolas, o que garante autonomia e dignidade a populações historicamente excluídas do acesso à água.

Após um período de estagnação, o programa foi retomado com força em 2023, quando passou a integrar o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC). Desde então, mais de 68,4 mil cisternas foram entregues e R$ 679,4 milhões investidos pelo Governo Federal em regiões como o Semiárido, a Amazônia e o Sul do país.

Dados do Programa Cisternas

  • Investimento do edital de novembro de 2024: R$ 500 milhões.
  • Total de cisternas nesta etapa: 52,5 mil (50 mil novas + 2,5 mil recuperadas).
  • Abrangência: 10 estados do Semiárido.
  • Beneficiários: Famílias de baixa renda no Cadastro Único.
  • Meta do Novo PAC até 2026: 220 mil tecnologias sociais de água em 905 municípios.
  • Já contratadas: 186.242 cisternas.
  • Investimento previsto até 2026: R$ 2 bilhões (R$ 1,7 bilhão já contratados).
  • Parcerias institucionais: 30 parcerias com 20 atores diferentes, resultando em 200 contratos.
  • Recursos adicionais desde 2023:
    • R$ 40 milhões da Fundação Banco do Brasil e BNDES para produção de alimentos (1,4 mil famílias).
    • R$ 150 milhões do Fundo Amazônia para 4,3 mil famílias extrativistas, quilombolas e assentadas no Norte do país.

A expansão do Programa Cisternas reafirma o papel do Estado na garantia do direito fundamental à água e no combate às desigualdades regionais. Em tempos de mudanças climáticas, investir em acesso à água é também investir em justiça social e resiliência comunitária.

Crédito do Matéria

Confira também

MinC lança edital de R$ 300 milhões para fortalecer audiovisual | TVT News

O edital Arranjos Regionais será apresentado na segunda, 9, na abertura do Cine PE O …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *