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sábado, 15 de novembro de 2025 -

Trump reduz tarifas sobre carne, tomates, bananas e café

Entre os produtos que terão redução de tarifaço estão exportações brasileiras como café, carne e frutas.

A Casa Branca emitiu nesta sexta-feira (14) um decreto do presidente Donald Trump para isentar determinados produtos agrícolas de tarifas recíprocas, que estão em vigor desde abril. O Brasil pode se beneficiar dessa redução do tarifaço. Leia em TVT News.

EUA reduzem tarifas para café, laranja, carne bovina e outros produtos

Washington, Estados Unidos, com informações da AFP e Agência Brasil

O presidente Donald Trump assinou um decreto, nesta sexta-feira (14), para reduzir as tarifas dos Estados Unidos sobre importações agrícolas, como de carne bovina, bananas, café e tomates, em um momento de pressão sobre o governo para diminuir o custo de vida para os americanos.

O decreto presidencial determina que alguns produtos agrícolas ficarão isentos das tarifas “recíprocas” impostas este ano, após analisar questões como a capacidade de produção nacional de certos itens nos Estados Unidos.

Trump emitiu em 2 de abril um decreto que modificou substancialmente a política comercial americana, ao impor tarifas aduaneiras mínimas de 10%, pois – em sua opinião – o déficit comercial constituía “uma ameaça incomum e extraordinária para a segurança nacional e a economia dos Estados Unidos”, lembrou a Casa Branca em um comunicado.

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O café brasileiro representa um terço do consumo de café pelos americanos. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A essa tarifa mínima foram adicionadas sobretaxas específicas a países e produtos.

O Tesouro americano começou a fazer arrecadações substanciais, mas ao mesmo tempo, a inflação tem ganhado impulso no país.

Após uma primeira revisão em 5 de setembro, Trump agora considera que “a demanda interna atual de certos produtos e a capacidade interna para produzir certos produtos” obriga voltar a reduzir as tarifas.

Pesquisas mostram que o custo de vida é mencionado pelos americanos como uma de suas principais preocupações.

Na quinta-feira, o chanceler Mauro Vieira disse, após se reunir com seu homólogo americano, Marco Rubio, que Brasil e Estados Unidos estão avançando em um acordo provisório para desbloquear as relações bilaterais. O encontro aconteceu às margens da cúpula do G7, no Canadá.

Em um breve comunicado, o Departamento de Estado americano indicou que Rubio e Vieira “discutiram sobre um quadro mútuo para a relação comercial” bilateral.

Tarifaço de Trump

O presidente Trump impôs tarifas de 50%, entre as mais altas do mundo, sobre boa parte dos produtos brasileiros por causa do julgamento de seu aliado, o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão, um processo que ele considerou uma “caça às bruxas”.

A medida atingiu produtos como o café, cujo preço aumentou 21% em 12 meses em agosto nos Estados Unidos.

Na quarta, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, havia anunciado que haveria “em breve” um anúncio “substancial” sobre o preço do café e das bananas.

Também na quinta, os Estados Unidos anunciaram acordos aduaneiros que apontam para um reordenamento de sua política comercial com Argentina, Equador, El Salvador e Guatemala, todos importantes produtores de café, carne bovina e frutas.

Redução de tarifas podem beneficiar o Brasil?

O Brasil pode ser beneficiado com a redução das tarifas. No entanto, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços informou que ainda está analisando a Ordem Executiva assinada por Trump. 

Em nota, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) informou que está avaliando se a Ordem Executiva se aplica “à tarifa base de 10%, à de 40% [adicional] ou a ambas”. 

“O Cecafé está em contato com seus pares americanos, neste momento, para analisar, cuidadosamente, a situação e termos noção do real cenário que se apresenta”, diz o comunicado.

Já a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) considerou positiva a decisão do governo norte-americano de reduzir as tarifas aplicadas à carne bovina brasileira.

“A medida reforça a confiança no diálogo técnico entre os dois países e reconhece a importância da carne do Brasil, marcada pela qualidade, pela regularidade e pela contribuição para a segurança alimentar mundial”, informou. 

Mauro Vieira esteve em Washington com Marco Rubio para discutir tarifas

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quinta-feira (13) que o Brasil espera, para os próximos dias, a resposta dos Estados Unidos (EUA) a uma proposta de “mapa do caminho” que deve orientar as negociações destinadas a solucionar o tarifaço imposto por Donald Trump.

Vieira se reuniu com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em Washington, após dois encontros durante o G7, grupo dos sete países mais ricos do planeta, no Canadá. Segundo o chanceler, Rubio demonstrou interesse em avançar rapidamente nas tratativas.

“Apresentamos nossas propostas para a solução das questões. Agora estamos esperando que eles nos respondam”, disse Vieira após o encontro.

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Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, e Marco Rubio, secretário de Estado estadunidense. Foto: Reprodução/X

O encontro ocorreu após a primeira reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, em 26 de outubro. Na ocasião, os dois países comprometeram-se a fazer negociações técnicas para reverter o tarifaço do governo Trump sobre os produtos brasileiros.

Segundo Vieira, em 4 de novembro, Brasil e Estados Unidos realizaram uma reunião virtual de alto nível, na qual o governo brasileiro apresentou resposta detalhada à lista de temas enviada por Washington em outubro. Rubio teria sinalizado que a análise norte-americana deve ser concluída ainda esta semana ou no início da próxima.

O chanceler brasileiro afirmou que os dois países buscam concluir, até o fim deste mês, um acordo provisório que estabeleça o roteiro das negociações pelos próximos um ou dois anos. As discussões ocorrem em meio ao tarifaço de 50% imposto pelo governo dos EUA a diversos produtos brasileiros.

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