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Cesta básica em SP sobe 0,58% em outubro e segue a mais cara do país
Valor ideal do salário mínimo seria de R$ 7.116,83. Em São Paulo, o trabalhador precisou trabalhar 122h46 para comprar a cesta básica
O custo da cesta básica de alimentos subiu em 16 das 27 capitais brasileiras pesquisadas em outubro, segundo a análise conjunta do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A capital paulista manteve o posto de cidade com a cesta mais cara do país: R$ 847,14, um aumento de 0,58% em relação a setembro. Confira tudo na TVT News.
A parceria entre Dieese e Conab, firmada em 2024, ampliou o monitoramento da cesta básica de 17 para 27 capitais, com o objetivo de fortalecer a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e a Política Nacional de Abastecimento Alimentar. “A ampliação da pesquisa permite uma visão mais abrangente do comportamento dos preços e dos impactos sobre o poder de compra da população”, diz o estudo.
Ranking nacional da cesta básica
Segundo a pesquisa, depois de São Paulo, as cestas mais caras foram registradas em Florianópolis (R$ 824,57), Porto Alegre (R$ 823,57) e Rio de Janeiro (R$ 801,37). Já os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 550,18), Maceió (R$ 592,25), Salvador (R$ 606,39) e Recife (R$ 608,03), cidades onde a composição da cesta difere por incluir farinha de mandioca em vez de trigo e menor quantidade de carne.
Em São Paulo, sete dos 13 produtos pesquisados tiveram aumento entre setembro e outubro. As maiores altas foram registradas na batata (6,06%), óleo de soja (4,19%), banana (3,01%), tomate (2,36%) e manteiga (0,79%). Outros produtos, como arroz (-2,22%), açúcar (-1,26%) e carne bovina de primeira (-0,84%), apresentaram queda.
“O valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em 16 das 27 capitais, com destaque para São Luís, Palmas, Florianópolis e São Paulo”, informa o Dieese.
Café dispara e carne encarece no ano
No acumulado de 12 meses, o levantamento mostra altas expressivas em sete itens da cesta paulista, com destaque para café em pó (48,31%), tomate (17,14%), carne bovina (14,70%) e óleo de soja (14,37%). Os produtos que ficaram mais baratos foram batata (-33,02%), arroz agulhinha (-19,73%) e farinha de trigo (-12,48%).
A análise explica que a safra reduzida e os problemas no beneficiamento afetaram o preço do café, enquanto o tempo seco e a falta de pasto encareceram a carne bovina. Já os preços do arroz caíram pela “ampla oferta, demanda interna estável e recuo das cotações internacionais”.
Salário mínimo e poder de compra
Com base na cesta mais cara do país, o Dieese calcula mensalmente o salário mínimo necessário para suprir as despesas de uma família de quatro pessoas. Em outubro, o valor ideal seria de R$ 7.116,83, equivalente a 4,69 vezes o mínimo vigente de R$ 1.518,00.
Em São Paulo, o trabalhador que recebe o salário mínimo precisou trabalhar 122 horas e 46 minutos para comprar a cesta — 42 minutos a mais que em setembro. “O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica nas 27 capitais foi de 100 horas e 19 minutos”, indica o estudo.
Considerando o salário líquido, descontada a contribuição previdenciária, o paulistano que ganha o piso comprometeu 60,33% da renda com a alimentação básica. Em outubro de 2024, esse percentual era maior: 61,70%.
Contexto nacional
No comparativo anual (outubro de 2024 a outubro de 2025), o levantamento registrou alta de preços em todas as 17 capitais com série histórica completa. As variações foram de 0,93% em Brasília a 10,92% em Recife. No acumulado de 2025, entre dezembro e outubro, 11 cidades tiveram aumento da cesta, com destaque para Porto Alegre (5,08%), Salvador (3,85%) e Recife (3,34%).
Para o Dieese e a Conab, o acompanhamento da cesta básica é “fundamental para compreender as pressões inflacionárias sobre os alimentos e a evolução das condições de vida dos trabalhadores brasileiros”.
Cesta Básica (Outubro de 2025)
- Cesta mais cara: São Paulo (R$ 847,14)
- Cesta mais barata: Aracaju (R$ 550,18)
- Variação mensal em São Paulo: +0,58%
- Variação anual (out/24 – out/25): +5,13%
- Variação acumulada em 2025: +0,70%
- Salário mínimo necessário: R$ 7.116,83 (4,69 vezes o atual)
- Horas trabalhadas para adquirir a cesta (SP): 122h46
- Percentual da renda comprometido (SP): 60,33%
- Produtos com maior alta (12 meses, SP):
- Café em pó: +48,31%
- Tomate: +17,14%
- Carne bovina de primeira: +14,70%
- Óleo de soja: +14,37%
- Produtos com maior queda (12 meses, SP):
- Batata: -33,02%
- Arroz agulhinha: -19,73%
- Farinha de trigo: -12,48%



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