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Dificuldade em licença ambiental faz Petrobras se voltar para o exterior
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) alerta para os custos crescentes que os atrasos no licenciamento ambiental vêm impondo à Petrobras no bloco FZA-M-59, na Margem Equatorial, litoral do Amapá, onde a estatal visa realizar perfuração exploratória. O contrato de aluguel da sonda de perfuração, firmado pela Petrobrás, vence no próximo dia 21. O equipamento está parado no litoral do Amapá, aguardando autorização do órgão ambiental para realização do simulado preventivo em poço pioneiro. O custo adicional para a Petrobrás, a cada dia de sonda parada, é de cerca de R$ 4 milhões. Leia em TVT News.
Desde 2022, quando a estatal assumiu a operação do bloco, foram aplicados mais de R$ 1 bilhão, somente com atividades relacionadas ao licenciamento ambiental, sendo R$ 543 milhões com aluguel da sonda de perfuração, R$ 327 milhões com embarcações e R$ 142 milhões com serviços aéreos.
“Esses valores demonstram o compromisso da Petrobras com a segurança ambiental, mas também reforçam a urgência de decisões técnicas ágeis por parte dos órgãos responsáveis. As etapas necessárias para explorar com segurança essa nova fronteira energética do país não podem ser travadas por questões administrativas ou indefinições regulatórias”, destaca o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
Ele observa que o cenário atual do setor de exploração da Petrobras traz uma preocupação estratégica para o futuro da companhia. “Projetos exploratórios de grande porte não avançam porque não conseguem licença ambiental para operar, enquanto projetos menores acabam sendo postergados, como SEAP (Sergipe Águas Profundas, na Bacia Sergipe-Alagoas) Albacora, Barracuda e Marlim Leste (na Bacia de Campos), cuja revitalização foi adiada para depois de 2030”, afirma Bacelar.
Com isso, praticamente todos os projetos de exploração da Petrobras para 2028-2029 estão direcionados para o exterior, deslocando investimentos e oportunidades que poderiam fortalecer a indústria e a soberania energética nacional. “A questão é sempre a mesma: a dificuldade em obter licenciamento ambiental na Foz do Amazonas e em outras áreas sensíveis. Por outro lado, a área de exploração da Petrobras não adquire blocos em bacias sedimentares já conhecidas, como Sergipe, Campos, Solimões e Espírito Santo”, diz o dirigente da FUP.
Segundo ele, esse quadro traz uma preocupação central: “Se nada mudar, o país terá enormes dificuldades para reverter a paralisia exploratória. A Petrobras corre o risco de perder protagonismo no Brasil e ficar excessivamente dependente de ativos internacionais, enfraquecendo sua capacidade de gerar riqueza, empregos e desenvolvimento no país”.
“Não produzir petróleo no Brasil fará com que esse mercado seja ocupado por outros países. Significa que não teremos recursos para pesquisa e desenvolvimento. As bacias de Campos, do Espírito Santo e de Santos não são eternas”, alerta Bacelar, lembrando que o Brasil hoje é o país que produz petróleo com a menor pegada de carbono entre os grandes produtores do mundo, consequentemente emitindo menos gases de efeito estufa.
Via FUP
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