Após vitória de Ainda Estou Aqui, expectativa aumenta com a seleção final que inclui filmes…

Lula lidera índice de desempenho digital com discurso soberano
Presidente assume pela primeira vez a liderança no Índice Datrix de Presidenciáveis (IDP), impulsionado pelo discurso de soberania contra o tarifaço de Trump
Em agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alcançou, pela primeira vez desde a criação do Índice Datrix de Presidenciáveis (IDP) em janeiro, a liderança isolada no ranking que mede o desempenho digital dos principais atores políticos projetados para as eleições de 2026. A ascensão representou um marco simbólico significativo para o mandatário, que passou a despontar como figura central não apenas no plano político, mas também no universo digital.
Segundo o estudo, Lula atingiu 24,39 pontos no IDP em agosto, o que representa um crescimento de aproximadamente 15% em relação aos 21,20 registrados em julho.
O CEO da Datrix e responsável pelo levantamento, João Paulo Castro, ressaltou que tal desempenho foi impulsionado não apenas pelo engajamento intenso nas redes próprias do presidente, mas também por um ambiente de “mar aberto” digital quase equilibrado — com defensores e críticos em proporções semelhantes. “Lula conseguiu engajar a base de apoio nas redes próprias e o ‘mar aberto’ ficou perto de zero, ou seja, detratores e defensores com o mesmo peso, um feito para qualquer incumbente”, explicou Castro à CNN Brasil.
Parte expressiva desse impulso digital derivou-se do discurso de defesa da soberania nacional frente às medidas protecionistas adotadas pelos Estados Unidos. As tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, anunciadas por Donald Trump, geraram uma onda de mobilização política e midiática favorável a Lula — que se posicionou como defensor dos interesses do país. Programas sociais emblemáticos como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Desenrola Brasil e o novo PAC também foram intensamente divulgados como conquistas do governo petista, fortalecendo ainda mais sua performance digital.
Além do discurso de soberania, Lula também obteve destaque na difusão de políticas sociais e de inclusão, fortalecendo sua imagem de liderança comprometida com a justiça social. O crescimento de 55% no engajamento das suas redes oficiais conferiu consistência à progressão no ranking. Isso inclui ampliação no alcance e interação com públicos diversificados, tanto em suas plataformas quanto em menções feitas por veículos, influenciadores e formadores de opinião.
Campo bolsonarista em queda
Enquanto Lula subia, o ambiente digital da oposição se enfraquecia. Michelle Bolsonaro (PL), que liderava o IDP em julho com expressiva pontuação, caiu vertiginosamente para a sétima posição em agosto — registrando 11,88 pontos, uma queda de 53%. A deterioração foi atribuída ao predomínio de notícias negativas, sobretudo ligadas a investigações da Polícia Federal e escândalos financeiros, que impactaram severamente seu “mar aberto” e reduziram em mais de metade o engajamento em suas redes.
O ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe, também enfrenta obstáculos institucionais e simbólicos. Sua iminente condenação gerou efeitos adversos ao campo bolsonarista, que se viu atrelado à agenda antibrasileira representada pelas pressões dos EUA — um contraste claro com o discurso soberano de Lula.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apesar de avançar para o terceiro lugar com 15,54 pontos (+17%), enfrenta forte resistência digital. Cerca de 57% das menções no “mar aberto” foram negativas, e muitas delas partiam justamente de setores bolsonaristas que o acusam de traição.
Ciro em transe
A vice-liderança do ranking foi ocupada por Ciro Gomes (PDT), com 16,62 pontos — um salto de 71% em relação ao mês anterior. A movimentação em torno de sua possível migração para o PSDB e o consequente aumento de engajamento em suas próprias redes deram nova visibilidade ao ex-ministro como figura de terceira via.
Governadores como Ratinho Jr. (PSD-PR) e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) registraram desempenho moderado, enquanto Romeu Zema (Novo-MG) terminou em último, com pontuação negativa (–1,90), sobretudo por declarações consideradas xenofóbicas em relação ao Nordeste.
Nesse sentido, levantamento de agosto do IDP representou uma guinada significativa para Lula: pela primeira vez líder isolado, o presidente demonstrou domínio digital ao articular com sucesso um discurso de soberania, reforçar conquistas sociais e melhorar sua presença comunicacional.
Na mesma medida, o campo bolsonarista viu sua influência digital se esvair, diante de crises jurídicas, escândalos e associações desfavoráveis ao Brasil no cenário internacional. O cenário político para 2026 ganha contornos cada vez mais definidos nas redes — e Lula surge como protagonista.
Comments (0)