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Alckmin e Tebet vão ao México em busca de novos mercados
Comitiva brasileira busca ampliar exportações e reduzir dependência dos EUA em meio ao tarifaço de trump
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, embarca nesta terça-feira (26) para o México à frente de uma comitiva de ministros e empresários brasileiros. A missão oficial, que terá também a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, busca abrir novos mercados e estreitar a cooperação entre os dois países, em meio às restrições impostas aos produtos brasileiros após o tarifaço aplicado pelo governo dos Estados Unidos, comandado por Donald Trump.
Ao lado de representantes de mais de 100 empresas brasileiras, Alckmin vai participar de encontros com autoridades mexicanas e lideranças empresariais para discutir parcerias estratégicas. A expectativa é avançar em temas como integração produtiva, comércio de manufaturados, além de cooperação em setores como energia, infraestrutura, tecnologia e agricultura.
O México é a segunda maior economia da América Latina, atrás apenas do Brasil, e ocupa posição central nas cadeias globais de produção devido ao seu acordo de livre comércio com os Estados Unidos e o Canadá. Para o governo Lula, aproximar-se do mercado mexicano é parte fundamental da estratégia de diversificação de destinos das exportações brasileiras, reduzindo a dependência de poucos parceiros e enfrentando os efeitos das barreiras norte-americanas.
Segundo Alckmin, a viagem reforça a política de reindustrialização e inserção internacional do Brasil: “O momento é de ampliar oportunidades e fortalecer nossa presença na América Latina. O México é um parceiro estratégico, com quem podemos desenvolver complementariedade nas cadeias produtivas e ampliar o fluxo de investimentos”.
A ministra Simone Tebet também destacou a dimensão geopolítica e econômica da missão. Em declaração à imprensa, afirmou que “trata-se de buscar alternativas num cenário internacional adverso, mas também de consolidar a presença brasileira em um mercado de mais de 120 milhões de consumidores”. Ela defendeu que a aproximação entre Brasil e México pode ser decisiva para as duas maiores economias da região estabelecerem maior autonomia em relação às flutuações da política comercial norte-americana.
Entre os setores mais interessados no aprofundamento da parceria estão o automotivo, o de máquinas e equipamentos, a agroindústria e a área de energias renováveis. Empresários que integram a comitiva avaliam que o México pode ser porta de entrada para o mercado da América do Norte e, ao mesmo tempo, um destino em expansão para manufaturados brasileiros.
Nos últimos anos, o comércio bilateral entre Brasil e México oscilou em torno de US$ 10 bilhões, mas especialistas apontam que há potencial para um salto significativo. Ainda assim, existem desafios. O México mantém acordos preferenciais com Estados Unidos e Canadá, o que coloca os produtos brasileiros em desvantagem tarifária. Por isso, a delegação brasileira pretende negociar mecanismos de facilitação comercial e estudar a ampliação de acordos já existentes no âmbito da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi).
O pano de fundo da viagem é o tarifaço anunciado pelo governo Donald Trump, que atingiu diretamente setores exportadores brasileiros. A medida, aplicada sob o argumento de proteger a indústria norte-americana, afetou desde o aço até produtos agrícolas e manufaturados, criando um ambiente de incerteza para empresas brasileiras que têm forte dependência do mercado dos Estados Unidos.
Nesse contexto, a busca por novos destinos tornou-se prioridade do governo Lula. O Itamaraty e o Ministério do Desenvolvimento defendem uma estratégia ativa de diversificação, mirando não apenas países latino-americanos, mas também mercados da Ásia e da África. O México, entretanto, se destaca por sua dimensão e por ser considerado um hub logístico natural para o comércio internacional.
O governo aposta que a missão liderada por Alckmin e Tebet possa resultar em anúncios concretos de cooperação. Além de reuniões de cúpula, estão previstas rodadas de negócios, fóruns empresariais e encontros bilaterais com autoridades mexicanas ligadas ao comércio e à indústria.
Nesse sentido, a aproximação com o México tem ainda um caráter simbólico: dois países de peso na América Latina podem avançar em iniciativas conjuntas que reforcem a integração regional, num momento em que a economia global enfrenta tensões protecionistas e fragmentação de cadeias.
Com isso, a viagem se insere no esforço mais amplo do governo Lula de reposicionar o Brasil no cenário internacional. Ao lado das negociações em curso com União Europeia, países árabes e asiáticos, a agenda mexicana sinaliza que o país busca reduzir vulnerabilidades e ampliar alternativas para sua política de comércio exterior.
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