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domingo, 03 de agosto de 2025 -

Países pressionam governo por mudanças na COP30

A cem dias do início da COP30, cresce a pressão internacional sobre estrutura de Belém e altos custos para hospedagem

Em carta enviada à organização do evento e à UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima), negociadores internacionais pedem que sejam asseguradas “condições mínimas de acomodação e custo”, seja “em Belém ou em outro lugar”. Isso significaria mudar o local da COP30. Entenda na TVT News.

A cem dias do início da COP30, conferência climática da ONU, cresce a pressão internacional sobre o governo brasileiro. Representantes de 25 países e empresas globais questionam a viabilidade da realização do evento em Belém, no Pará, devido aos altos preços de hospedagem, deficiências logísticas e preocupações com segurança.

O documento, assinado por diplomatas de países ricos e em desenvolvimento, reconhece o esforço do governo Lula e elogia a escolha da capital paraense — uma cidade que sente de forma direta os efeitos da crise climática—, mas aponta falhas estruturais.

“[Ter condições de participar] significa ser possível viajar para Belém, ficar em acomodações adequadas e acessíveis, e ir ao pavilhão e voltar de forma segura e eficiente em termos de tempo, inclusive tarde da noite”, destaca a carta. O texto alerta que, caso toda a COP aconteça em Belém, é imprescindível que essas condições sejam garantidas. A insatisfação ocorre a apenas três meses da abertura oficial da conferência.

A COP 30

Segundo fontes próximas às negociações ouvidas sob anonimato, as maiores críticas se concentram nas opções de hospedagem —com relatos de diárias chegando a US$ 2.000 (cerca de R$ 11 mil)—, além de problemas com transporte, infraestrutura e segurança. A situação está levando delegações a cogitar mudanças logísticas e até a defender a realização parcial do evento em outras cidades brasileiras.

A inquietação internacional é acompanhada por movimentos similares do setor privado. Companhias multinacionais, consultorias e instituições financeiras informaram que pretendem reduzir drasticamente sua presença na COP30 em Belém. Muitas delas planejam transferir suas agendas para São Paulo e Rio de Janeiro, onde ocorrerão eventos paralelos relacionados ao clima e finanças, como a cúpula da ONU PRI (Princípios para o Investimento Responsável) e um fórum global de autoridades subnacionais.

“As empresas estão dizendo que será muito caro e difícil encontrar acomodação. Elas estão focando em eventos no Rio e em São Paulo”, afirmou um assessor da equipe da COP30.

A debandada empresarial contraria os esforços de entidades públicas e multilaterais para envolver o setor privado nas soluções climáticas. Em edições anteriores da COP, como a realizada em Dubai, a presença de empresas fez o número de participantes ultrapassar 65 mil, demonstrando a crescente centralidade do setor na transição ecológica.

A expectativa é que a cúpula de líderes mundiais, com presença de chefes de Estado, aconteça antes do início oficial da COP30, nos dias 6 e 7 de novembro. A decisão visa organizar melhor o cronograma, mas ainda não está clara a forma como essa divisão geográfica e temporal afetará a dinâmica geral da conferência.

Mesmo diante das críticas, a organização do evento e o governo federal reafirmaram que a COP30 será realizada em Belém, como previsto. A pressão internacional, contudo, expõe desafios logísticos significativos e reforça a urgência de providências concretas para garantir que a maior conferência climática do mundo ocorra sem entraves.

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