sexta-feira , 11 de julho 2025

Taxação de 50% de Trump é “indecente”, diz ministro da Agricultura e Pecuária

Setores da agropecuária que serão mais afetados foram contatados pela pasta, que busca ampliar mercados

Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária, disse estar “agindo de forma proativa” diante da “ação indecente do governo norte-americano, em taxar em 50% as exportações brasileiras“, em nota divulgada nesta quinta-feira (10). A medida imposta pelo presidente Donald Trump na quarta-feira (9) será respondida pelo governo federal com a Lei de Reciprocidade Econômica. Saiba mais em TVT News.

Alguns dos setores mais afetados pela taxação de Trump — de suco de laranja, carne bovina e café — já foram contatados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, diz a nota. A taxa de Trump afeta fortemente o agronegócio brasileiro, além dos setores de produção de petróleo, ferro, aço e aeronaves. Entre as commodities, serão mais afetados produtos florestais, carnes, café, suco de laranja, açúcar, etanol e produtos de origem vegetal.

As entidades representativas do agronegócio estão em contato com a pasta para ampliar ações de busca de mercados, redução de barreiras comerciais e novas oportunidades para a agropecuária brasileira. A justificativa para a taxa apresentada por Trump na carta, de prejuízo comercial, não se sustenta, já que os Estados Unidos tem uma relação superavitária com o Brasil desde 2009, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). Há um caráter ideológico na sanção econômica.

De acordo com a pasta, neste momento, estão sendo reforçadas as ações de busca de mercados no Oriente Médio, Sul Asiático e Sul Global (nações em desenvolvimento que partilham problemas sociais). “As ações diplomáticas do Brasil estão sendo tomadas em reciprocidade. As ações proativas acontecerão aqui no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), para minimizar os impactos”, continua a nota.

Leia a nota na íntegra:

“Diante da ação indecente do governo norte-americano, em taxar em 50% as exportações brasileiras, já estamos agindo de forma proativa.

Telefonei para as principais entidades representativas dos setores mais afetados, o setor de suco de laranja, o setor de carne bovina e o setor de café, para que possamos, juntos, ampliar as ações que já estamos realizando nos dois anos e meio do governo do presidente Lula: em ampliar mercados, reduzir barreiras comerciais e dar oportunidade de crescimento para a agropecuária brasileira.

Neste momento, vou reforçar essas ações, buscando os mercados mais importantes do Oriente Médio, do Sul Asiático e do Sul Global, que têm grande potencial consumidor e podem ser uma alternativa para as exportações brasileiras. As ações diplomáticas do Brasil estão sendo tomadas em reciprocidade. As ações proativas acontecerão aqui no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), para minimizar os impactos.

Aqui é a casa da agropecuária brasileira. Estamos juntos e vamos superar este momento difícil.”

Trump anunciou tarifa de 50% sobre produtos brasileiros

Donald Trump compartilhou a notícia em carta endereçada ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na sua rede social, Truth Social. No documento, Trump atribui a cobrança, além de uma relação que diz ser injusta com o país, à postura do STF (Supremo Tribunal Federal) com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Das tarifas anunciadas pelo presidente dos EUA nesta semana, esta é a mais alta até o momento. Nesta quarta-feira (9), Trump também repetiu a ameaça de impor uma tarifa adicional de 10% sobre produtos de um bloco de países em desenvolvimento conhecido como BRICS, do qual o Brasil faz parte.

Segundo a carta de Trump, a tarifa de 50% será aplicada sobre “todas e quaisquer exportações brasileiras enviadas para os EUA, separada de todas as tarifas setoriais existentes”. Produtos como o aço e o alumínio já sofriam tarifas de 50%, o que impacta diretamente a indústria brasileira.

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