O grupo tentavam levar ajuda humanitária em navio para a Faixa de Gaza quando foram detidos em águas internacionais pelo exército israelense
O governo de Israel preparou celas individuais para cada um dos 12 ativistas que estavam na Flotilha da Liberdade. Entre eles, está o brasileiro Thiago Ávila e Greta Thunberg. A determinação partiu do ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir. Entenda o caso completo na TVT News.
Ativistas do Madleen serão presos por Israel
O navio da Flotilha da Liberdade, chamado de Madleen, saiu da Sicília da Itália no dia primeiro de junho e navega com a bandeira do Reino Unido. O objetivo era chegar até a Faixa de Gaza com suprimentos humanitários, como remédios, alimentos e próteses para serem distribuídos entre os palestinos.
Nos primeiros minutos de segunda-feira (9) — no horário local —, a embarcação foi interceptada, ainda em águas internacionais pelo exército israelense e os 12 ativistas foram levados.
Segundo o monitoramento ao vivo, a embarcação estava a cerca de 100 milhas náuticas.
Antes da embarcação ser tomada pelo exército de Israel, eles tinham sido atacados por drones que lançaram uma substância química não identificada que parecia tinta branca.
Os organizadores da Flotilha da Liberdade alegam que os 12 ativistas foram sequestrados e forma ilegal. “Não tem autoridade legal para deter em águas internacionais”, informou.
Em entrevista exclusiva ao jornal TVT News Primeira Edição na última quinta-feira (5), Thiago Ávila já tinha afirmado que caso Israel atacasse seria um “um crime de guerra”.
A intercepção aconteceu após cinco noites seguidas em que Thiago Ávila relatava estarem sendo monitorados por drones não identificados.
Segundo informações do Israel Hayom, o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, orientou que a equipe seja presa em celas individuais na Prisão de Givon, em Ramla. Eles devem ficar detidos antes de serem deportados e não devem portar nenhum acessório que faça referência a Palestina.
O ministro da Defesa, Israel Katz, determinou que os prisioneiros tenham que assistir imagens do ataque que o Hamas fez no dia 7 de outubro de 2023.
Ainda não se sabe por quanto tempo os 12 ativistas ficaram presos em Israel e quando serão deportados para seus países de origem.
عاجل | يسرائيل هيوم: مصلحة السجون تستعد لاستقبال نشطاء السفينة مادلين وجهزت لهم زنازين منفصلة بسجن غفعون في الرملة
— الجزيرة – عاجل (@AJABreaking) June 9, 2025
Em pronunciamento, Katz chamou Greta e os ativistas de antissemitas e argumentou que eles estavam apoiando o Hamas.
Entretanto, Thiago Ávila, Greta e as outras 10 pessoas apenas queriam ajudar os civis inocentes que estão morrendo de fome ou no meio do fogo cruzado.
Nas redes sociais, o brasileiro havia afirmado mais cedo não ter medo de Katz: “não tememos você, temos as maiorias sociais, o mundo inteiro está conosco porque o mundo inteiro não aguenta mais ver você matando crianças de fome, bombardeando hospitais, escolas, abrigos, áreas residenciais. […] Você acha que tem o controle, mas tudo que você tem são suas armas, suas bombas, sua violência e seu ódio”, acrescentou o ativista.
*Em atualização
Em entrevista para o jornal TVT News Primeira Edição, Thiago Ávila respondeu se tem medo de morrer pelo exército de Israel
“No contexto dessa viagem, não é algo abstrato falar em morrer (…)
Já bombardearam nosso barco há um mês com drones semelhantes a esses e eles já atacaram nossa flotilha 15 anos atrás e assassinaram 10 pessoas. Então não é nada abstrato. De fato, precisamos considerar uma possibilidade concreta de isso acontecer.
Agora, nosso risco é muito menor do que o risco das pessoas em Gaza. Por isso não podemos deixar de cumprir nossa missão em solidariedade ao povo palestino.
Além disso, toda vez que é colocado na mesa a possibilidade de nos atacarem, nos matarem, eles têm a potencia militar para isso. A gente não tem vitória militar. Eles conseguem matar a gente se quiserem. Mas estarão cometendo o maior erro da história dos 80 anos desse estado ilegal de ocupação.
Se fizerem isso, garanto que semana que vem teremos milhares de pessoas na próxima flotilha para romper esse cerco. Se atacarem novamente, teremos milhões depois.
Eles não vencem a gente pela força. Ações não violentas como a flotilha, uma ação humanitária, tem o poder de inspiração e mobilização. Não conseguem esmagar. Se nos atacam, trarão mais força.
Essa ideologia racista terá que entender que não vão parar a sede dos povos de não ver mais crianças mortas de fome, hospitais bombardeados.
Estamos aqui para cumprir uma missão e vamos cumprir. Tomamos todos cuidados. Treino pessoalmente essa equipe em ação direta não violenta mesmo com toda violência deles. Vamos cumprir nossa missão com o máximo de dignidade possível.“