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Zeca Dirceu diz que PEC da Blindagem não prospera no Senado
Deputado do PT afirma que projeto é manobra da extrema direita para distrair o país de pautas relevantes, como a isencão do Imposto de Renda
A aprovação da chamada PEC da Blindagem pela Câmara dos Deputados, na noite de terça-feira (16), com 344 votos a favor e 133 contrários, segue repercutindo. O texto altera regras sobre a responsabilização criminal de parlamentares, restringindo investigações, julgamentos e até prisões em flagrante de deputados e senadores. A proposta, que foi apelidada por opositores de “PEC da Bandidagem”, agora depende de análise do Senado. Leia em TVT News.
Em entrevista ao Jornal TVT News Primeira Edição, o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) afirmou que a medida não terá futuro na outra Casa legislativa nem sobrevive a uma análise constitucional do Supremo Tribunal Federal (STF). “Está evidente que esse assunto não vai prosperar no Senado, como também não prosperaria diante de uma avaliação no STF”, declarou.
Para o parlamentar, a aprovação da PEC revela uma estratégia da extrema direita de lançar temas polêmicos para desviar a atenção da sociedade. “Os fascistas, a extrema direita, são craques na arte da distração, da pirotecnia, de tirar o foco do que é relevante para a vida da população. O Congresso deveria estar debatendo a isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil, que beneficiaria até 85% dos trabalhadores formais, e não uma proposta que não interessa ao povo”, destacou.
Zeca Dirceu explicou que a ampliação da faixa de isenção teria impacto positivo direto na economia. “Esse dinheiro não fica guardado, as pessoas gastam, movimentam a economia local e regional. É esse tipo de tema que deveria estar na ordem do dia, não uma PEC para blindar parlamentares”, reforçou.
O deputado também relacionou a tramitação da PEC da Blindagem com a insistência da direita em pautar a anistia aos golpistas do 8 de janeiro. Para ele, trata-se de iniciativas sem validade legal, mas que cumprem a função política de manter a narrativa de perseguição. “A anistia vai na mesma linha. O presidente do Senado já deixou claro que não pauta esse projeto. E, mesmo que passasse, cairia no STF. São iniciativas inócuas, feitas para distrair e gerar falsa polêmica”, afirmou.
Questionado sobre as motivações de deputados que votaram a favor do texto, Dirceu avaliou que não há justificativa plausível para a aprovação de uma medida sem conexão com os problemas reais do país. Ele citou ainda a necessidade de o Congresso priorizar respostas ao chamado “tarifaço de Trump” — a taxação imposta pelos Estados Unidos contra a agricultura e a indústria brasileiras — e à insegurança pública, tema que lidera as preocupações da população em pesquisas. “Estamos discutindo pautas que não ajudam em nada diante de desafios como esse”, lamentou.
O deputado também comentou as críticas às 12 manifestações favoráveis vindas da bancada do PT. Embora reconheça a frustração de parte da militância, Dirceu rejeitou o que chamou de “linchamento moral” de companheiros por causa de um único voto. “Não me parece razoável expor publicamente deputados que têm 30, 40, até 50 anos de história de luta. Eu não vou julgar alguém por um único voto. Crítica deve ser feita, mas de forma responsável, de preferência diretamente, e não em redes sociais”, ponderou.
Ex-líder da bancada do PT, Zeca Dirceu defendeu cautela interna diante das pressões e destacou que o papel do partido é manter o foco em projetos de interesse popular. “Quando eu era líder, nunca expus publicamente companheiros e não farei isso agora. Nosso desafio é insistir e batalhar para que o Congresso não se distraia, para que se concentre no que é importante: ampliar a isenção do Imposto de Renda, avançar na PEC da segurança pública, aprovar medidas que melhorem a vida das pessoas”, concluiu.
Para o parlamentar, tanto a PEC da Blindagem quanto a PEC da Anistia são parte de uma ofensiva política de curto prazo, com objetivos eleitorais mirando 2026. “Esses projetos não vão prosperar juridicamente, mas servem para alimentar a narrativa bolsonarista. Enquanto isso, a população fica sem respostas para os problemas concretos”, finalizou.
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