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Pesquisa revela violência digital contra mulheres negras
71% das ameaças virtuais envolvem morte ou estupro; vítimas são mulheres negras, LGBTQIA+, periféricas e defensoras de direitos humanos
Violência digital atinge mulheres negras LGBTQIA+, periféricas e defensoras de direitos humanos. Pesquisa inédita realizada pelo Instituto Marielle Franco mostra como funciona a violência política digital contra mulheres negras. Entre os dados, o uso do caso Marielle como intimidação e ameaças de morte.
O lançamento da pesquisa sobre violência digital será em 27 de agosto, na Câmara dos Deputados, em Brasília. Leia mais com a TVT News.
Violência política digital contra mulheres negras: pesquisa inédita do Instituto Marielle Franco revela ameaças de morte e uso do caso Marielle como arma de intimidação
O Instituto Marielle Franco (IMF) lançará em 27 de agosto, no salão nobre da Câmara dos Deputados, em Brasília, a pesquisa inédita “Regime de ameaça: a violência política de gênero e raça no âmbito digital (2025)”, que expõe a dimensão e a gravidade dos ataques direcionados a mulheres negras no cenário político brasileiro.
O estudo mostra que 71% das ameaças virtuais envolvem morte ou estupro e que a maioria das vítimas são mulheres negras, LGBTQIA+, periféricas e defensoras de direitos humanos.
O estudo mostra que a violência política digital não é pontual, mas sistêmica e coordenada. Entre os casos mapeados, 71% das ameaças envolveram morte ou estupro, e 63% das ameaças de morte faziam referência direta ao assassinato de Marielle Franco, revelando um padrão simbólico e violento que transforma este feminicídio político em uma advertência brutal às mulheres negras que ousam disputar o poder.
Violência digital: pesquisa mostra que a maioria é de mulheres negras e LGBTQIA+
A maioria das vítimas são mulheres negras cis, trans e travestis, LGBTQIA+, periféricas, defensoras de direitos humanos, parlamentares, candidatas e ativistas. A sistematização dos dados foi obtida a partir de atendimentos realizados pelo Instituto Marielle Franco, em parceria com o Instituto Alziras, o portal AzMina, o coletivo Vote LGBT, o centro de pesquisa Internet LAB, além de dados captados da Justiça Global e Terra de Direitos.
“São mulheres que carregam, na vida e na luta, a base que sustenta este país – mas seguem invisibilizadas. A violência que atinge cada uma delas é também uma violência contra a democracia”, afirma Luyara Franco, diretora executiva do IMF e filha de Marielle.
A pesquisa também apresenta recomendações concretas, como a criação da Política Nacional de Enfrentamento à Violência Política de Gênero e Raça, que deverá orientar ações do Estado, do Legislativo, da sociedade civil e das plataformas digitais para garantir a proteção de mulheres negras na política.

Segundo Luyara Franco, “esta pesquisa comprova, com dados, que a violência política digital contra mulheres negras não é isolada – é parte de um sistema que busca afastar essas mulheres da vida pública. Queremos que esta publicação sirva de base para ações concretas de proteção e para responsabilizar agressores e plataformas digitais. Nosso compromisso é com a memória, a justiça e a construção de um país em que as mulheres possam existir e disputar espaços políticos sem medo”.
Serviço “Regime de ameaça: a violência política de gênero e raça no âmbito digital”
Lançamento da pesquisa: “Regime de ameaça: a violência política de gênero e raça no âmbito digital (2025)”
- Data: 27 de agosto de 2025
- Horário: 19h
- Local: Salão Nobre da Câmara dos Deputados
Conheça o Instituto Marielle Franco
Ações e convite à sociedade
O Instituto Marielle Franco tem um histórico de ações significativas, incluindo:
- O acompanhamento do caso Marielle e Anderson, buscando justiça para o assassinato da vereadora e de seu motorista.
- A Escola Marielle de Comunicação, para capacitar novos comunicadores.
- A Agenda Marielle Franco, que pauta debates importantes.
- O Festival Justiça por Marielle e Franco, evento que celebra a memória e a luta.
- Campanhas de conscientização como “Não Seremos Interrompidas” e “Com violência política contra mulheres negras, cis e trans, não há democracia”.
- Iniciativas como a Plataforma Antirracista nas Eleições e o Mapa dos Coletivos.
O Instituto Marielle Franco convida toda a sociedade a acompanhar as atividades que são marcadas pelo fortalecimento das agendas coletivas, da resistência e da construção de ferramentas políticas para um futuro mais justo e equitativo.
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