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quinta-feira, 21 de agosto de 2025 -

dicas para curtir o 22 de agosto

Conheça destinos no Brasil para conhecer o folclore, do Maranhão ao Rio Grande do Sul.

O Dia do Folclore, celebrado em 22 de agosto, é uma oportunidade para revisitar as tradições e mitos que formam a identidade cultural do Brasil. Para homenagear essa data, o TVT News selecionou alguns destinos que mantêm viva a riqueza do folclore brasileiro. De norte a sul, conheça lugares para conhecer o folclore e que preservam lendas e manifestações da cultura popular que fazem parte da história do país.

22 de agosto: dia do Folclore

O Dia do Folclore, celebrado em 22 de agosto, vai muito além de uma data no calendário: é um momento de refletir e preservar a cultura nacional. Conforme explica a psicopedagoga e escritora infantil Paula Furtado, “o folclore brasileiro carrega nossas raízes, medos, esperanças e os ensinamentos passados de geração em geração. Ao valorizar as lendas, brincadeiras, cantigas e costumes, mantemos viva a alma do nosso povo e oferecemos às crianças um sentimento de pertencimento e identidade”.

O folclore excede um simples conjunto de lendas; é uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento infantil onde a imaginação ganha asas. “Ao mergulhar nesse universo encantado, os pequenos aprendem, por exemplo, que o medo pode se transformar em coragem, e que o diferente se torna uma oportunidade de aprendizado”, enfatiza a profissional.

Personagens marcantes ensinam as crianças valores como respeito à natureza, amizade, sabedoria popular e justiça. Como o Curupira, que protege as matas e ensina sobre o respeito à natureza; o Negrinho do Pastoreio, que inspira fé e resiliência, podendo abrir reflexões atuais sobre o racismo; trabalhar a lenda da Iara cria oportunidade para falar de temas atuais como o papel da mulher na cultura; o Saci-pererê tem deficiência física e, mesmo assim, corre, voa, transforma, é independente, traquina e transgressor — símbolo da resistência da cultura africana no Brasil.

O Saci Pererê é um dos personagens mais conhecidos do folclore brasileiro. Retratado como um menino negro de uma perna só, que fuma cachimbo e usa um gorro vermelho, ele atravessou gerações como parte das tradições orais e das histórias populares do país.

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O Saci Pererê é um dos personagens mais conhecidos do folclore brasileiro

A figura do Saci tem raízes em culturas indígenas, africanas e europeias, mostrando a diversidade que compõe a formação cultural do Brasil. Em muitos relatos, ele é descrito como um personagem travesso, capaz de pregar peças e atrapalhar o dia a dia das pessoas, mas também como guardião da natureza, defensor das matas e dos animais.

O personagem se tornou símbolo da resistência cultural contra a imposição de referências estrangeiras. No início do século 20, escritores como Monteiro Lobato ajudaram a difundir o Saci em livros e jornais, reforçando sua presença no imaginário popular e consolidando-o como um ícone da identidade nacional.

Dia do Folclore: O Bumba-meu-boi, do Maranhão

O Maranhão é um dos estados em que o Bumba-meu-boi é mais celebrado, com festas que misturam dança, música e teatro, dando vida à lenda que conta a ressurreição de um boi. A tradição é tão forte que foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.

Em São Luís, as festividades atraem turistas de todo o Brasil, especialmente durante o mês de junho. Além das apresentações, o visitante pode conhecer a Casa do Maranhão, um museu dedicado a contar a história do Bumba-meu-boi e outras tradições maranhenses.

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O Maranhão é um dos estados em que o Bumba-meu-boi é mais celebrado. Foto: Divulgação/Governo do Maranhão

Dia do Folclore: A história de Sepé Tiaraju, no Rio Grande do Sul

Sepé Tiaraju, líder indígena e herói da resistência guarani contra os colonizadores, é lembrado em várias cidades do Rio Grande do Sul. Em São Gabriel, a memória deste herói das lutas populares é celebrada em monumentos e eventos que destacam a luta pela preservação dos territórios indígenas e da cultura guarani.

O “Roteiro de Sepé Tiaraju” inclui visitas a sítios históricos, como a Cruz de Sepé e o local onde ocorreu a Batalha de Caiboaté. Em janeiro, durante a Semana de Sepé Tiaraju, a cidade recebe visitantes interessados em conhecer mais sobre essa importante figura do folclore e da história do Brasil.

Dia do Folclore: Joanópolis, a terra do Lobisomem

Joanópolis, em São Paulo, é conhecida como a “terra do Lobisomem“. A cidade abraçou a lenda do homem que se transforma em lobo nas noites de lua cheia e tornou-se um destino curioso para os apaixonados por folclore. Lá, é possível encontrar estátuas do Lobisomem, lojas de souvenirs temáticos e até uma trilha que simula o caminho percorrido pela criatura nas noites de transformação. Em agosto, a cidade realiza a Festa do Lobisomem, com eventos que vão desde concursos de fantasias até passeios turísticos pelos locais mais “assombrados”.

Dia do Folclore: Manaus, lugar da Iara, do boto e do Curupira

Na Amazônia, as lendas se misturam à floresta e ao rio. Em Manaus, as histórias da Iara, do boto e do Curupira ganham vida em histórias populares contadas por ribeirinhos e nos festivais culturais da região. A Iara, uma sereia que atrai pescadores com seu canto hipnotizante, é uma das lendas mais conhecidas.

O boto é uma figura misteriosa que, segundo a tradição, transforma-se em um belo rapaz para seduzir as moças. Já o Curupira, protetor da floresta, é temido por caçadores e madeireiros. Esse ser de dentes verdes, cabelo cor-de-fogo e pés voltados para trás que confundem os caçadores, é um dos protetores das matas. Os visitantes podem mergulhar nessas histórias visitando os museus locais.

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COP30 ocorrerá em Belém (PA), entre 10 e 21 de novembro. Arte: Divulgação/COP30

Conte para o TVT News como é o folclore na sua cidade

Você conhece outras lendas ou manifestações folclóricas que fazem parte da cultura da sua cidade? Envie para nós pelas redes sociais da Rede TVT (Instagram: @redetvt e Linkedin) e compartilhe a riqueza do folclore brasileiro com nosso público. Sua história pode inspirar outras pessoas a conhecerem mais sobre o Brasil.

Dia do Folclore: conheça histórias e saberes dos povos que moldaram o Brasil muito além das lendas populares

Celebrado em 22 de agosto, o Dia do Folclore costuma ser lembrado por personagens como Saci, Curupira e Boto-cor-de-rosa. O que muitos não percebem é que boa parte dessas figuras tem origem ou inspiração direta nas tradições, narrativas e visões de mundo dos povos originários do Brasil.

Antes mesmo de serem mitos populares, eram histórias contadas ao redor do fogo, rituais de passagem, alertas da floresta ou símbolos de espiritualidade que atravessaram gerações e moldaram o imaginário nacional. 

Para lançar um olhar mais profundo sobre essa conexão entre folclore e ancestralidade, a Britannica Education reuniu curiosidades sobre quatro povos originários que seguem vivos em seus saberes, línguas e cosmologias: os Guarani, com sua relação sagrada com a terra; os Tikuna, guardiões de mitos de criação e transformação; os Xavante, com suas cerimônias de fortalecimento coletivo; e os Yanomami, cuja espiritualidade está intrinsecamente ligada à floresta. Confira! 

  1. A língua Guarani é uma das mais faladas no Paraguai

Os Guarani são um povo originário da América do Sul, com presença marcante no Paraguai e em partes do Brasil, como Argentina e Bolívia. Sua língua é uma das mais faladas entre os povos indígenas do continente e, no Paraguai, tem status oficial ao lado do espanhol. De acordo com Britannica School, o Paraguai moderno ainda preserva fortemente a herança Guarani, e mais paraguaios falam e compreendem o guarani do que o espanhol

Segundo dados divulgados em 2023 pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) do Paraguai, 34,3% dos entrevistados afirmaram usar guarani e espanhol com igual frequência nas conversas em casa, enquanto 32,6% indicaram que o guarani é o idioma predominante. Assim, considerando a população com 5 anos ou mais, 97,3% utilizam pelo menos os dois idiomas.  

  1. Os Tikuna produzem arte cerimonial com casca de árvore

Entre os Tikuna, também chamados de Tucuna, vivem em regiões da Amazônia no Brasil, Peru e Colômbia, a relação com a natureza ultrapassa a sobrevivência física. Ela é expressa também na arte ritual. O povo domina uma técnica ancestral de produção do chamado bark cloth, um tecido feito a partir da casca de árvores, utilizado para confeccionar máscaras e figuras cerimoniais de animais. 

De acordo com a Britannica School, eles são habilidosos na arte de fabricar e utilizar o bark cloth, a partir do qual produzem máscaras cerimoniais e grandes figuras de animais. Esses elementos são usados em rituais de passagem e em celebrações da coletividade, expressando cosmovisões, ancestralidade e respeito pela floresta. 

  1. Os Xavante constroem suas aldeias em formato de ferradura

De acordo com Britannica School, é um grupo indígena brasileiro que fala Xavante, uma língua da família linguística Macro-Jê. Os Xavante, que somavam cerca de 10.000 no início do século XXI, vivem no extremo sudeste do estado de Mato Grosso , entre o Rio das Mortes e o Rio Araguaia, em uma região de cerrado de terras altas entremeada por estreitas faixas de floresta que correm ao longo dos rios. Os Xavante e os Xerénte ( qv ) intimamente relacionados viveram outrora ao longo do Rio Tocantins, em Goiás, mas a pressão dos colonizadores brasileiros na década de 1840 fez com que os Xavante se mudassem para sua terra natal atual.  

Os Xavantes vivem em aldeias temporárias em forma de ferradura na savana. Essa configuração das aldeias reflete uma organização territorial e a forma como os Xavante entendem o mundo e os vínculos entre os membros da comunidade. O espaço aberto no centro da ferradura é fundamental para rituais e atividades coletivas, fortalecendo os laços sociais e a transmissão de saberes tradicionais. 

Além disso, a escolha desse formato favorece a proteção contra ameaças externas e facilita a comunicação interna, demonstrando conexão entre a organização física do espaço e a vida comunitária. 

  1. Entre os Yanomami, as cinzas dos mortos viram bebida sagrada

Segundo Britannica School, Yanomami, também escrito Yanomami ou Yanoamö ,  são indígenas sul-americanos, falantes de uma língua Xirianá, que vivem na remota floresta da bacia do rio Orinoco, no sul da Venezuela, e no extremo norte da bacia do rio Amazonas , no norte do Brasil . No início do século XXI, os Yanomami provavelmente somavam cerca de 32.000 indivíduos em toda a sua área de distribuição. 

Na década de 1990, o modo de vida e até mesmo a sobrevivência contínua dos Yanomami foram ameaçados pelas incursões de garimpeiros brasileiros em seu território no estado brasileiro de Roraima. Em 1991, o governo brasileiro reservou uma área de cerca de 36.000 milhas quadradas (93.240 km²) — cerca de 30% de seu território ancestral, como pátria para os Yanomami, mas no início do século XXI o compromisso governamental com a aplicação de limites permaneceu intermitente, na melhor das hipóteses. 

Uma das tradições deste povo está em transformar as cinzas dos falecidos em bebidas sagradas, um costume que integra um dos rituais mais emblemáticos da cultura Yanomami. Após a cremação, as cinzas do falecido são misturadas a uma bebida e ingeridas pelos parentes próximos. O gesto representa uma conexão espiritual com o ente perdido, reforçando sua presença simbólica na coletividade. Além disso, acredita-se que o consumo fortalece os vivos contra doenças. 

Esse ritual sintetiza a profunda relação que os Yanomami mantêm com seus mortos e revela uma visão de mundo em que o coletivo se sobrepõe ao individual, e a vida não se encerra com a morte, mas se transforma em presença contínua. 

Dia do Folclore: educadores dão dicas de como trabalhar a data e o assunto em sala de aula

Comemorado anualmente em 22 de agosto, o Dia do Folclore foi instituído para valorizar as manifestações populares brasileiras. A data, instituída no Brasil em 1965, é um convite para as escolas mergulharem em um universo rico de histórias e símbolos que reforçam a identidade cultural do país e promovem o respeito à diversidade regional por meio de lendas, contos, danças, cantigas e saberes tradicionais.
 

A palavra “folclore” foi criada pelo pesquisador britânico William John Thoms, e publicada pela primeira vez em 22 de agosto de 1846. Tem origem nos termos folk, que significa “povo”, e lore, que significa “instrução”, “aprendizado”, “sabedoria”. Para aproveitar ao máximo essa data de celebração, educadores apresentam propostas específicas para cada etapa da educação básica: dicas práticas e inspiradoras para levar o folclore brasileiro à sala de aula, estimulando curiosidade, senso de pertencimento e respeito às tradições locais.
 

Educação Infantil 

Na Educação Infantil, o folclore precisa ganhar vida de forma lúdica e leve, despertando a imaginação e, ao mesmo tempo, aproximando as crianças da riqueza da nossa cultura regional. Mais do que ouvir histórias, elas precisam vivenciá-las, explorando personagens, sons, cores e movimentos que façam sentido para sua realidade. 

Essas lendas e personagens podem estar presentes no cotidiano da turma, seja descobrindo as vogais nos nomes — como “Iara” ou “Curupira” —, seja encontrando pistas misteriosas deixadas na sala, como as pegadas do Lobisomem ou o jeito maroto do Saci, que parece ter passado por ali. Assim, o folclore deixa de ser apenas um tema de projeto e passa a ser uma experiência diária, integrada às aprendizagens e às descobertas de cada criança.  

“Toda vivência concreta e lúdica traz mais significado para as crianças. Quando elas não apenas ouvem, mas experimentam, sentem e interagem com a cultura, o aprendizado deixa de ser abstrato e se transforma em memória afetiva. É assim que o folclore deixa de ser apenas conteúdo e passa a fazer parte da identidade delas”, destaca a coordenadora pedagógica Beatriz Martins.

Fundamental I 

No ciclo inicial, um dos projetos mais significativos é a contação de histórias em grupo, em que cada aluno pesquisa uma lenda local e a apresenta com fantoches confeccionados em sala. Após as apresentações, rodas de conversa aprofundam a compreensão das origens e variações regionais dessas narrativas, ampliando o repertório cultural e o senso de pertencimento. 

“Quando exploramos diferentes versões de uma mesma lenda, mostramos aos alunos que cada história carrega os valores e a identidade da comunidade onde nasceu. Essa percepção amplia o respeito à diversidade e revela que as tradições são vivas, adaptando-se às necessidades e características de cada região”, explica Beatriz. 

Outra possibilidade é abordar o tema de maneira integrada, como acontece no Colégio BIS. Durante a Semana do Folclore, as atividades ganham ainda mais força: nas aulas de educação física, as crianças experimentam jogos e brincadeiras típicas; no teatro, dão vida às histórias folclóricas com encenações criativas; nas artes, produzem brinquedos tradicionais como o bilboquê; e, na música, revivem melodias e rimas que fazem parte da memória popular. 

Até mesmo em escolas bilíngues, onde o foco está no domínio de mais de um idioma, preservar e trabalhar o folclore nacional é indispensável para reforçar a identidade cultural dos alunos. “Ao resgatar e valorizar essas manifestações, fortalecemos o sentimento de pertencimento e o vínculo com nossas raízes. O folclore transcende fronteiras, conectando nossos alunos à sua história e mostrando que compreender e respeitar a própria cultura é o primeiro passo para dialogar com o mundo”, complementa a coordenadora do BIS.
 

Fundamental II 

Para alunos de 11 a 14 anos, a sugestão é propor uma oficina de dança ou música folclórica, em que os estudantes aprendem ritmos como o jongo, o boi-bumbá ou a catira. Cruzar essa vivência com pesquisas sobre a origem desses ritmos e seus papéis sociais fortalece o trabalho interdisciplinar entre Artes, História e Geografia. Além disso, a construção de um “mapa folclórico” do Brasil, reunindo fotos, desenhos e descrições, ajuda a visualizar a diversidade cultural do país. 

“Vejo grande engajamento quando mesclamos pesquisa em casa com prática corporal na escola. Assim, os alunos se reconhecem como brasileiros nos elementos trazidos por seus colegas e aprendem sobre respeito e cooperação”, diz a coordenadora pedagógica da Escola Bilíngue Aubrick, de São Paulo/SP, Eloísa Monteiro. 

A docente da Aubrick afirma ainda que desmistificar a ideia de que o folclore é uma subcultura é fundamental para reconhecer seu verdadeiro papel como expressão da cultura popular de todo o país. “Quando entendemos que lendas, cantigas e saberes nascem das tradições vividas por comunidades diversas, deixamos de rotular o folclore como algo exótico ou de menor valor e passamos a valorizá‑lo como patrimônio coletivo. Reconhecer o folclore como expressão legítima da cultura brasileira fortalece o sentimento de pertencimento e combate preconceitos que relegam nossas raízes ao status de curiosidade”, reflete Eloísa. 

Ensino Médio 

No Ensino Médio, o trabalho pode ser aprofundado a partir de debates sobre preservação cultural e o papel das políticas públicas na valorização do folclore brasileiro. Propostas de estudo do meio — como visitas a museus, centros culturais e comunidades tradicionais — ampliam a compreensão sobre a diversidade das manifestações de origem indígena, africana e cabocla. 

“Uma abordagem enriquecedora para os jovens é investigar como o Legislativo atua na proteção do patrimônio imaterial e propor recomendações de políticas ou projetos de lei voltados ao fortalecimento da cultura popular. Isso estimula o pensamento crítico e o engajamento cívico”, explica a coordenadora pedagógica da Aubrick, Renata de Lima. 

A análise de obras literárias, musicais e cinematográficas que retratam o folclore brasileiro, somada a entrevistas com mestres da cultura popular, permite aos estudantes refletir sobre representatividade e apropriação cultural. “Mais do que conhecer as lendas, é preciso fomentar nos jovens a missão de se tornarem cidadãos ativos na preservação e difusão das tradições brasileiras”, finaliza Renata.

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