sexta-feira , 25 de julho 2025

PM executa morador de rua com 3 tiros de fuzil em SP

Caso se soma a outros dois episodios de violencia policial registrados neste mês

Dois policiais militares da Força Tática do 7º Batalhão da Polícia Militar (BPM), da 4ª Companhia, foram presos preventivamente nesta terça-feira (23) após a conclusão de uma investigação da Corregedoria da PM que aponta que eles executaram um morador de rua desarmado, de costas e com as mãos para trás, no centro de São Paulo. O crime aconteceu em 13 de junho, sob o Viaduto 25 de Março, na região central da capital.

A vítima foi identificada como Jefferson de Souza, de 24 anos, natural de Alagoas, que vivia em situação de rua. Inicialmente, os policiais envolvidos na ocorrência — o tenente Alan Wallace dos Santos Moreira, de 25 anos, e o soldado Danilo Gehring, de 24 — alegaram que Jefferson teria tentado tomar a arma de um deles. No entanto, as investigações da Corregedoria desmentiram a versão apresentada.

Segundo a apuração, os policiais levaram Jefferson a um ponto escuro e isolado, fora do alcance das câmeras públicas. Lá, o tenente Alan Wallace disparou três vezes com um fuzil, matando o jovem. As gravações das câmeras corporais utilizadas pelos policiais registraram parte da ação, mesmo após o soldado Danilo Gehring tentar cobrir a lente do equipamento. As imagens foram suficientes para contradizer os relatos dos agentes e confirmar a execução.

A Polícia Militar, por meio de seu porta-voz, major Rodrigo dos Santos, declarou que o episódio “envergonha muito e viola todos os valores da instituição”. Ele afirmou que a PM não tolera desvios de conduta e está colaborando com as investigações.

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) já apresentou denúncia formal à Justiça. Na peça, o MP afirma que o tenente Alan Wallace agiu com “ânimo homicida”, por “motivo torpe”, utilizando meio que impossibilitou a defesa da vítima. Já o soldado Danilo Gehring, segundo a denúncia, prestou “auxílio moral e material ao executor, na medida em que participou da abordagem e da rendição da vítima”.

Os dois policiais estão presos preventivamente por determinação judicial, e o caso gerou forte reação de organizações da sociedade civil e de defesa dos direitos humanos. Entidades cobram responsabilização efetiva dos envolvidos e reforçam a necessidade de mecanismos independentes de controle da atividade policial.

Violência policial

O assassinato de Jefferson de Souza não é um caso isolado. Neste mesmo mês de julho, ao menos outros dois episódios de violência policial envolvendo a PM paulista ganharam destaque. Em Paraisópolis, zona sul de São Paulo, câmeras corporais flagraram a execução de um homem já rendido por agentes da corporação. Dois policiais foram presos e denunciados por homicídio doloso após a repercussão das imagens.

Em outro caso, na Grande São Paulo, o jovem negro Willian Santos do Nascimento foi morto por um policial militar que foi reprovado no teste psicológico da própria corporação. Segundo familiares, ele vinha sendo ameaçado por integrantes da PM antes de ser assassinado.

A sequência de abusos reacendeu o debate sobre a necessidade urgente de medidas estruturais no modelo de segurança pública do estado, incluindo a desmilitarização da polícia, o fortalecimento do controle externo da atividade policial e a valorização da vida, especialmente nas abordagens envolvendo populações vulneráveis.

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