domingo , 20 de julho 2025

20 de julho é o Dia do Amigo, comemore com a TVT News

Confira a lista de grandes amizades latino-americanas na cultura, no esporte, na política e na história

Em 20 de julho, o Brasil e alguns vizinhos da América Latina comemoram o Dia do Amigo, data que marca a importância dos laços afetivos, da solidariedade e da convivência. A TVT News relembra amizades que marcaram a cultura, a política e os movimentos sociais, conectando gerações e inspirações. Comemore o Dia do Amigo com a TVT News.

Grandes amigos da história

A amizade também está presente na história política, social e artística da América Latina. Confira algumas parcerias que deixaram marcas:

  • Lula e Pepe Mujica – Presidentes do Brasil e do Uruguai, compartilham valores sobre justiça social, igualdade e integração latino-americana.
  • Che Guevara e Camilo Cienfuegos – Companheiros na Revolução Cubana
  • Zuzu Angel e Elke Maravilha – Unidas na resistência à ditadura militar, transformaram a dor em denúncia e solidariedade.
  • Gilberto Gil e Caetano Veloso – Parceiros no tropicalismo, amigos de longa data, influenciaram gerações com arte e engajamento.
  • Cazuza e Ney Matogrosso – Relação marcada por liberdade, parceria artística e cumplicidade no enfrentamento de preconceitos.
  • Raul Seixas e Paulo Coelho – Unidos por ideias ousadas, criaram canções que desafiaram padrões e refletiram o espírito de contestação.
  • Vinicius de Moraes e Tom Jobim – Autores de clássicos da bossa nova, produziram juntos algumas das obras mais conhecidas da música brasileira.
  • Gal Costa e Maria Bethânia – Amigas desde a juventude, dividem palcos, afetos e memórias da música popular brasileira.
  • Claudinho e Buchecha – Dupla que transformou a amizade em sucesso nas pistas e rádios do país.
  • Liniker e Linn da Quebrada – Unidas pela música e pela luta por direitos da população LGBTQIA+, compartilham projetos e posicionamentos.
  • Pabllo Vittar e Urias – Representam amizade e resistência no cenário da música pop brasileira.
  • Darcy Ribeiro e Leonel Brizola – Atuaram juntos na defesa da educação pública e do desenvolvimento nacional.
  • Sócrates e Casagrande – Parceria histórica dentro e fora dos campos, símbolos da Democracia Corinthiana e da politização no esporte.
  • Tarsila do Amaral e Anita Malfatti – Artistas modernistas que fortaleceram o movimento artístico brasileiro.
  • Lázaro Ramos e Wagner Moura – Atuaram juntos no cinema e nos debates públicos sobre direitos e democracia.
  • Fernanda Torres e Andréa Beltrão – Amigas de longa data e referências no teatro, no cinema e na televisão brasileira.
  • Simón Bolívar e Antonio José de Sucre – Líderes da independência na América Latina, unidos na luta por liberdade e soberania.

Por que 20 de julho é o Dia do Amigo

O Dia do Amigo é celebrado em 20 de julho no Brasil e em alguns vizinhos da América do Sul. A data foi escolhida por ter sido o dia da chegada do homem à Lua, em 1969. A conquista foi vista como um feito coletivo da humanidade, algo que representaria a união entre os povos e a fraternidade entre as nações.

A ideia de associar esse marco histórico à amizade partiu do argentino Enrique Ernesto Febbraro, que enviou milhares de cartas a diversos países promovendo a data como símbolo da aproximação entre os seres humanos. A iniciativa ganhou força e foi adotada em países como Argentina, Uruguai e Brasil, tornando-se uma tradição popular celebrada em escolas, locais de trabalho, grupos de amigos e até em eventos culturais.

Quem são os grandes amigos da cultura popular da América Latina

A amizade está presente de forma marcante na cultura popular latino-americana. Na música, na literatura, no teatro e no cinema, diversas duplas ou grupos entraram para a história das amizades. TVT News traz a lista de grandes amizades latino-americanas. Faltou alguma? Escreva para a gente nas nossas redes sociais.

Dia do Amigo: vamos conhecer algumas histórias dos maiores amigos da cultura?

Envie para seu amigo e sua amiga a história de amizade que mais se parece com vocês.

Lula e Pepe Mujica: amizade marcada por lutas populares e solidariedade

Luiz Inácio Lula da Silva e José “Pepe” Mujica construíram uma relação de amizade e respeito baseada em trajetórias semelhantes de militância popular e defesa da democracia na América do Sul. Ambos vieram de origens humildes, enfrentaram repressão e prisão durante períodos autoritários em seus países e alcançaram a presidência com propostas voltadas à redução das desigualdades sociais e à ampliação dos direitos da população trabalhadora.

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25.01.2023 – Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Encontro com o ex-presidente da República Oriental do Uruguai, José Mujica, e com Lucía Topolasnky. Montevidéu – Uruguai. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Pepe Mujica, ex-guerrilheiro tupamaro e presidente do Uruguai entre 2010 e 2015, sempre manifestou publicamente sua admiração por Lula, a quem considera um símbolo da luta sindical e da inclusão social no Brasil. Lula, por sua vez, enxerga Mujica como uma referência ética e política, reconhecendo seu papel no fortalecimento da democracia uruguaia e na integração latino-americana.

Em maio de 2025, Mujica morreu em decorrência de câncer. Lula ficou muito triste e fez questão de participar do velório do companheiro.

Pelas redes sociais, Lula declarou que Mujica foi a melhor pessoa já conheceu. “Comovido pelo amor do povo do Uruguai ao meu amigo Pepe Mujica, me despeço da pessoa mais extraordinária que já conheci. Vá em paz, Pepe. Hasta siempre”

Em pronunciamento à imprensa, Lula ressaltou a importância de Pepe Mujica para a humanidade.

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O presidente Lula e o presidente do Uruguai, Yamandú Orsi, no velório de Pepe Mujica. Foto: Ricardo Stuckert/PR

“O que é gratificante para nós seres humanos é que uma pessoa como Pepe Mujica não morre. Se foi o corpo dele, a carne dele se vai, mas as ideias que Pepe Mujica plantou em todos esses anos, inclusive, a generosidade de um homem que passou 14 anos no cárcere e que conseguiu sair para a liberdade sem nenhum ódio das pessoas que o aprisionaram, o torturaram. Isso é uma dádiva de Deus”, disse Lula.

Bolívar e Sucre: amizade forjada na luta pela independência

Simón Bolívar e Antonio José de Sucre foram figuras centrais nas lutas de independência da América Latina e construíram uma amizade baseada na confiança política e no ideal comum de liberdade. Sucre, conhecido como o Marechal de Ayacucho, destacou-se como estrategista militar e liderou tropas em batalhas decisivas, como a de Ayacucho, que consolidou a independência do Peru e da América do Sul do domínio espanhol.

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Bolívar e Sucre fazem parte dos Libertadores da América. Imagem: Reprodução de óleo sobre tela de Tovar y Tovar

A Batalha de Ayacucho, em 9 de dezembro de 1824, no Peru, foi o último e decisivo episódio das guerras pela independência da América, travadas para libertar os latino-americanos do domínio colonial espanhol. Graças ao sucesso na batalha que expulsou os colonizadores, Bolívar deu o título de Marechal de Ayacucho ao general Sucre.

Leal a Bolívar, Sucre não apenas venceu batalhas em seu nome, mas também assumiu responsabilidades administrativas, como a presidência da Bolívia, ajudando a consolidar os projetos políticos bolivarianos na região andina. A relação entre os dois é lembrada como uma aliança marcada por respeito mútuo, objetivos compartilhados e compromisso com a emancipação dos povos latino-americanos.

Che Guevara e Camilo Cienfuegos: companheiros na Revolução Cubana

Che Guevara e Camilo Cienfuegos foram dois dos principais líderes da Revolução Cubana e construíram uma amizade pautada pela luta comum contra a ditadura de Fulgencio Batista. Unidos pelo ideal revolucionário, atuaram lado a lado na Sierra Maestra.

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Che Guevara e Camilo Cienfuegos foram destacados guerrilheiros na Revolução Cubana. Imagem: Wikimedia Commons

Camilo Cienfuegos comandou a Coluna nº 2 “Antonio Maceo”, uma das mais importantes frentes guerrilheiras, que avançou de forma decisiva pela região central de Cuba. Sua participação foi estratégica na ofensiva final contra Batista, especialmente na tomada da cidade de Yaguajay, em dezembro de 1958 — uma das batalhas mais simbólicas da vitória revolucionária. Cienfuegos foi comandante do Exército Rebelde e Chefe do Estado Maior após o triunfo revolucionário.

Che conheceu Camilo na campanha guerrilheira da Sierra Maestra. A atuação de Che foi marcada pela disciplina, pela capacidade de liderança e por uma profunda convicção ideológica marxista. Após a vitória da Revolução, em 1959, ocupou importantes cargos no governo cubano, como presidente do Banco Central e ministro da Indústria, atuando diretamente na construção de uma economia socialista em Cuba.

Após a vitória da revolução, mantiveram-se próximos até o desaparecimento de Camilo, em 1959. Ernesto Che Guevara falou sobre a importância de seu companheiro Camilo Cienfuegos

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Che Guevara e Camilo Cienfuegos foram destacados guerrilheiros na Revolução Cubana. Imagem: Estátuas de cera de Che e Camlo no Museu da Revolução, em Cuba, via Wikimedia Commons

“O que nos atraiu mais em Camilo, foi o que também chamou a atenção de todo o povo de Cuba: seu jeito de ser, seu caráter, sua alegria, sua franqueza, sua disposição em todo momento, em oferecer sua vida, em enfrentar os maiores perigos com muita naturalidade e total simplicidade. Sempre sendo o companheiro de todos, quando a guerra acabou, ele era, indiscutivelmente, o mais brilhante de todos os guerrilheiros.”

Sócrates e Casagrande

Sócrates e Walter Casagrande não foram apenas parceiros de ataque no Corinthians — eles foram irmãos na luta, na dor e na paixão pela liberdade. Unidos por ideais e sonhos maiores do que o futebol, protagonizaram um dos momentos mais emblemáticos da história do esporte brasileiro: a Democracia Corinthiana. Nela, todos dentro do clube tinham voz, voto e responsabilidade, em um exercício revolucionário de democracia interna, que permaneceu viva até 1985.

A chegada de Casagrande ao Corinthians em fevereiro de 1982 marcou o início de uma amizade profunda. Não só jogaram juntos, mas compartilharam experiências intensas — desde o ativismo pelas Diretas Já até batalhas pessoais com vícios. A conexão entre os dois cresceu ao ponto de Sócrates ser escolhido como padrinho de casamento de Casagrande e Mônica. No entanto, no dia da cerimônia, o atraso de Sócrates o impediu de cumprir esse papel, sendo substituído por Oscar, outro grande nome do futebol. Mesmo com a ausência, a amizade naquele momento se manteve intacta.

Com o passar dos anos, a relação sofreu abalos. Em 2000, Casagrande tornou-se comentarista da TV Globo, o que desapontou Sócrates, que acreditava que o amigo havia “se vendido ao sistema”. Apesar das diferenças, a admiração mútua nunca desapareceu.

Em 4 de dezembro de 2011, Sócrates faleceu devido a uma falência múltipla de órgãos. A dor da perda foi profunda para Casagrande, que em 2016 publicou junto a Gilvan Ribeiro o livro “Sócrates & Casagrande: Uma história de amor”. Nessa obra e em diversas entrevistas, Casão não poupou palavras: chamou Sócrates de “o amor da sua vida”, “sua alma gêmea” e “como um pai”.

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Jogadores Casagrande e Sócrates eram grandes amigos. Foto: @wcasagrandejr/instagram

Claudinho e Buchecha

Claudinho e Bucheca, cujo nomes são Cláudio Rodrigues de Mattos (Claudinho) e Claucirlei Jovêncio de Sousa (Buchecha), se conheceram ainda na infância em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, eram praticamente irmãos, e formaram dupla em 1992 após vencerem um concurso de rap com a música “Rap da Bandeira Branca”.

Com letras românticas e batidas envolventes, Claudinho e Buchecha se tornaram ícones do funk melody brasileiro. Hits como “Conquista”, “Quero Te Encontrar”, “Nosso Sonho” e “Só Love” embalaram os anos 90 e conquistaram milhões de fãs.

A trajetória foi interrompida em 2002, durante a turnê de lançamento do quinto álbum Vamos Dançar, Claudinho decidiu viajar em seu próprio carro rumo a Lorena, no interior paulista. No dia 13 de julho de 2002, sofreu um acidente fatal na Rodovia Presidente Dutra ao lado de um empresário. O veículo saiu da pista e bateu em uma árvore, causando sua morte imediata.

A perda abalou profundamente Buchecha, que enfrentou três anos de depressão antes de retomar a carreira, mantendo viva a memória e o legado da dupla. Ele continuou sua carreira solo, Lançou novos álbuns, manteve viva a essência da dupla e transformou a saudade em arte. A música “Fico Assim Sem Você” tornou-se quase profética, sendo um sucesso musical para ressaltar a saudade do amigo.

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Claudinho e Buchecha eram amigos desde a infância. Foto: @buchecha/instagram

Gal Costa e Maria Bethânia: ícones da MPB

Dois grandes nomes da música brasileira, Maria Bethânia, de Santo Amaro (BA), e Gal Costa, de Salvador (BA), tiveram a amizade marcada por boatos e intenso escrutínio da mídia. As cantoras começaram a carreira praticamente ao mesmo tempo, na década de 1960, em palcos da Bahia. Houve muita especulação sobre um romance entre elas, mas um namoro nunca foi confirmado.

Em encartes de discos, as baianas apareciam brincando e nos shows tinham interações carinhosas, se divertiam enquanto cantavam e trocavam olhares e sorrisos discretos. Em 1976, Gal e Bethânia uniram suas vozes às de Caetano Veloso e Gilberto Gil para formar o Doces Bárbaros, que celebrou os dez anos da carreira de cada um com uma turnê pelo Brasil. 

Depois das apresentações — e duetos inesquecíveis, como o de Fé Cega, Faca Amolada —, passaram a não conviver mais. As cantoras eram rivalizadas pela mídia e passaram por um longo período sem se falar. 

Em 2017, em entrevista a Bruno Astuto, Gal disse que achava a rivalidade “bobagem” e que “há amigos que são sagrados”. O último encontro das cantoras em estúdio ocorreu em 2018, para gravação de Minha Mãe, que faz parte do álbum Pele do Futuro. Até então, as baianas haviam se visto apenas em 2002, em um reencontro dos Doces Bárbaros.

Quando Gal faleceu em setembro de 2022, Bethânia disse que nunca pensou em um dia chegar a falar sobre a dor de perder Gal. Em outra entrevista, a cantora disse como foi o primeiro encontro com a soteropolitana: “Foi amor à primeira vista, eu me apaixonei na hora que eu conheci Gal”.

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Gal e Bethânia. Foto: Reprodução

Fernanda Torres e Andréa Beltrão: eternas Fátima e Sueli

Fernanda Torres e Andréa Beltrão se conheceram na juventude n’O Tablado, no Rio de Janeiro, e seguiram carreiras independentes no teatro, cinema e na televisão. Antes de se consagrarem como “funcionárias da Djalma Noivas” em Tapas & Beijos, as atrizes contracenaram em um episódio do seriado Os Normais.

A verdadeira consolidação da amizade veio com Tapas & Beijos, gravada entre 2011 e 2015, em que deram vida às icônicas Sueli e Fátima. Durante cinco temporadas, Fernanda e Andréa viveram as melhores amigas em suas desventuras por Copacabana. 

Nos últimos anos, a amizade não vacilou. Quando Fernanda foi vencedora do prêmio de Melhor Atriz de Filme de Drama, no Globo de Ouro 2025, Andréa não escondeu o orgulho: “Estou feliz demais por ela. Alegria imensa. Ela estava gata, gostosa, maravilhosa e falou de uma maneira cheia de dignidade e amorosa”, disse em entrevista.

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Andréa Beltrão e Fernanda Torres. Foto: Divulgação/TV Globo

Cazuza e Ney Matogrosso

A grande amizade dos ícones da música brasileira Cazuza e Ney Matogrosso, foi precedida de um romance breve, mas intenso. Os dois se conheceram em 1979, quando Ney tinha 39 anos e já era conhecido por ser vocalista do grupo Secos & Molhados, enquanto Cazuza tinha apenas 17 e até então era só o filho de João Araújo, fundador da gravadora Som Livre. 

Após o turbulento término do romance, a paixão deu lugar a uma amizade que, pautada no amor, durou até os últimos dias de Cazuza, que faleceu vítima de Aids, em julho de 1990. 

Ney ressalta que nem a morte de Cazuza foi capaz de apagar o profundo sentimento. O cantor, que se tornou uma lenda, frequentemente homenageia o amigo em seus shows, cantando músicas como Poema, escrita por Cazuza. 

Poema tem uma história comovente. Ela nasceu de um poema que Cazuza escreveu para sua avó paterna, Maria José, quando era adolescente. O texto permaneceu guardado por 23 anos pela avó.

Foi somente depois da morte de Maria José que Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, descobriu os versos. Impressionada com a beleza e profundidade do poema, Lucinha entregou-o a Frejat, parceiro musical e amigo de longa data de Cazuza, para que ele criasse a melodia. A decisão de quem interpretaria a canção foi natural: Ney Matogrosso, cuja profunda conexão pessoal e artística com Cazuza o tornava a voz ideal para dar vida àquela obra tão íntima.

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Ney Matogrosso e Cazuza. Foto: Reprodução

Lázaro Ramos e Wagner Moura

Os atores Lázaro Ramos e Wagner Moura são amigos há quase três décadas. Naturais da Bahia, os dois se conheceram em Salvador, ainda na adolescência, enquanto atuavam juntos no grupo teatral Bando de Teatro Olodum.

O início dessa amizade foi marcado por uma impressão inicial de Lázaro Ramos um tanto peculiar. Lázaro contou em uma entrevista que, de cara, sentia um certo receio de Wagner, que era “esquisitíssimo”. Lazinho, como é chamado por Wagner, chegou a apelidá-lo de “OVNI”, por causa de seu estilo, que incluía cabelos longos e roupas escuras. 

Mas essa primeira estranheza logo se transformou em um laço profundo de conexão. A amizade começou a florescer quando Wagner, profundamente impressionado com o talento de Lázaro durante uma peça, o procurou no camarim para perguntar se eles poderiam ser amigos. 

Tempos depois, a amizade entre Lázaro Ramos e Wagner Moura se estendeu para além dos palcos baianos. A dupla se mudou da Bahia para Pernambuco juntos, construindo uma parceria profissional que rendeu obras marcantes no cinema nacional, como Cidade Baixa (2005), Ó Paí, Ó (2007) e Carandiru (2003).

Além da colaboração nas telas, o vínculo pessoal continua até hoje. Wagner é padrinho de um dos filhos de Lázaro, e Lázaro também é padrinho de um dos filhos de Wagner. Os dois se consideram irmãos, e sempre declaram o carinho e orgulho que sentem um pelo outro nas redes sociais e na mídia. 

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Estilosos, Lázaro Ramos e Wagner Moura. Foto: Reprodução/Instagram

Raul Seixas e Paulo Coelho

A parceria entre Raul Seixas e Paulo Coelho foi um dos capítulos impactantes da contracultura na música nacional. O elo entre o Maluco Beleza e o futuro best-seller global começou no início dos anos 70, no Rio de Janeiro. Paulo Coelho, então repórter do jornal O Globo, tinha um notável interesse em temas esotéricos e extraterrestres, o que chamou a atenção de Raul Seixas. Raul, à época produtor na gravadora CBS, buscava um letrista e viu potencial em um artigo de Paulo sobre discos voadores.

Embora o primeiro contato tenha deixado uma impressão conturbada em Paulo, Raul, perspicaz, insistiu na aproximação. A aceitação de Paulo para um jantar na casa de Raul, inicialmente motivada pela expectativa de que a gravadora promovesse sua revista, gradualmente se transformou em uma profunda sintonia criativa, onde música e ideais se fundiram de maneira inédita.

A dupla mergulhou em um universo de magia, liberdade e contracultura, inspirando-se em figuras como Aleister Crowley. Dessa efervescência criativa, nasceram composições que se tornaram pedras angulares da música brasileira, como Sociedade Alternativa, Gita, Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás e Al Capone.

A Sociedade Alternativa transcendeu a esfera musical, configurando-se como um projeto que flertava com o esoterismo e a anarquia. Mesmo que a ideia de uma sociedade física não tenha se concretizado, a canção homônima se transformou em um verdadeiro manifesto, um convite para que os indivíduos buscassem essa “sociedade” em sua própria interioridade. Paulo Coelho chegou a classificá-la como uma grande estratégia de marketing para disseminar conceitos e consolidar a imagem pública de Raul.

A intensidade dessa parceria e o teor disruptivo de suas ideias não passaram despercebidos pela ditadura militar brasileira. Em 1974, ambos foram detidos e submetidos à tortura, um episódio que impactou drasticamente a relação. Após a prisão, Paulo Coelho optou por se afastar dos rituais ocultistas, direcionando sua energia para a carreira de escritor.

O rompimento da colaboração musical entre eles se deu por volta de 1976. Apesar de existir relatos de que mantiveram um relacionamento de amizade, a intensa parceria criativa que os caracterizou não foi retomada.

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Paulo Coelho e Raul Seixas. Foto: Divulgação/Acervo Instituto Paulo Coelho

Liniker e Linn da Quebrada: mais que amigas, friends

As cantoras Liniker e Linn da Quebrada (ou Lina) são próximas desde 2014. Elas dividiram apartamento antes da fama, em uma época em que apenas Lina tinha um emprego para pagar o aluguel. 

“E depois a gente ficava completamente sem dinheiro no final do mês. A gente juntava três reais, eu pegava meus últimos três reais pra comprar dois salgados do dia anterior”, contou Lina durante o BBB 22.

Liniker descreveu a relação entre as duas como irmandade. “Somos irmãs, tatas, bruxas, amigas, gigantes, futuristas adubadas por um amor grande e antigo, sou ela e sei que ela sou, somos câncer aquário, gêmeas de mapa astral, muito mais do que vocês possam imaginar e eu mesma descrever aqui”.

As duas são mulheres trans negras que enfrentaram e ainda enfrentam o preconceito e a violência da sociedade com seus corpos, mas encontraram o merecido amor na amizade, que ajuda a criar força para resistir.

As músicas das duas são arte política pelos direitos da comunidade LGBTQIAPN+. Vale conferir nas plataformas digitais e comprar os produtos físicos.

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Linn da Quebrada e Liniker são amigas há anos.Foto: Instagram/reprodução

Pabllo Vittar e Urias: da Universidade para a vida!

As duas se conheceram na Universidade Federal de Uberlândia, Pabllo estudava Design de Interiores. Já Urias passou na faculdade três vezes, primeiro para Tradução, depois trocou para Relações Internacionais, mas se arrependeu e voltou para Tradução.

Durante a fase universitária, as duas dividiram o apartamento. Pabllo nunca concluiu o curso porque a agenda de apresentações começou a fazer sucesso. 

Lá de Uberlândia, Minas Gerais, Pabllo Vittar e Urias desbravaram o mundo e alcançaram a fama como cantoras. As músicas falam sobre amor, mas não é um amor simples: é o amor que enfrenta o preconceito e reacende a pluralidade da sociedade.

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Pabllo Vittar e Urias se conheceram na UFU. Foto: Redes Sociais/Reprodução

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