sexta-feira , 18 de julho 2025

Trump não foi eleito para ser imperador do mundo

À imprensa americana, presidente rebateu as tarifas dos EUA e disse que está “disposto a negociar”

O presidente Lula disse nesta quinta-feira (17), que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não foi eleito para ser “imperador do mundo”, a declaração foi dada à jornalista Christiane Amanpour, da CNN americana. Veja os destaques da entrevista em TVT News.

“Nós não podemos ter o presidente Trump esquecendo que ele foi eleito para governar os Estados Unidos, e não para ser o imperador do mundo. Seria muito melhor estabelecer uma negociação primeiro, e depois alcançar um acordo possível, porque nós somos dois países que temos boas relações por 200 anos”, afirmou o presidente.

Ao ser questionado sobre a taxação de 50% imposta por Trump, o brasileiro afirmou ter ficado “surpreso” e, inicialmente, acreditou que se tratava de fake news. Segundo ele, a princípio era difícil imaginar que a postagem do presidente norte-americano nas redes sociais fosse real.

“Foi muito desagradável”, disse ele. Eu pensei que eram notícias falsas.”

“Se Trump fosse brasileiro, também estaria sendo julgado”

Lula afirmou também que se Donald Trump, fosse brasileiro, “ele também seria julgado”. A referência é sobre a invasão ao Capitólio americano em 2021 e sobre Trump ter defendido o ex-presidente Jair Bolsonaro na última semana. Para o norte-americano, a investigação que envolve Bolsonaro — réu por participação em uma tentativa de golpe em 2022 — não passa de uma “caça às bruxas”.

O presidente apontou que as ameaças de Trump romperam com o “protocolo” e argumentou que o destino de seu antecessor não pode fazer parte das negociações comerciais.

“O poder judiciário no Brasil é independente. O presidente da República não tem influência alguma”, disse, acrescentando que Bolsonaro “não está sendo julgado pessoalmente. Ele está sendo julgado pelos atos que tentou organizar um golpe de Estado.”

Disposto a negociar

O brasileiro ressaltou a sua disposição de chegar a um acordo com Washington dizendo que cabe a Trump considerar “seriamente” a negociação e que espera que o presidente dos EUA mude de ideia.

“O Brasil deve cuidar do Brasil e cuidar do povo brasileiro, e não cuidar dos interesses dos outros”, disse Lula, acrescentando: “O Brasil não aceitará nada que lhe seja imposto. Aceitamos negociação e não imposição”, afirmou o presidente.

“Não sou um presidente progressista. Eu sou o presidente do Brasil. Não vejo o presidente Trump como um presidente de extrema direita. Eu o vejo como o presidente dos EUA – ele foi eleito pelo povo americano”, disse o ex-organizador trabalhista a Amanpour, descartando a possibilidade de que suas origens ideológicas possam amargar as negociações, acrescentou.

“A melhor coisa do mundo é sentarmos ao redor de uma mesa e conversarmos. Se o presidente Trump estiver disposto a levar a sério as negociações em andamento entre o Brasil e os EUA, então terei a mente aberta para negociar o que for necessário. Mas o importante é que a relação entre os dois países não pode continuar assim”, concluiu.

“O Brasil não gosta de encrenqueiros”

Lula disse que o Brasil vai, “no momento certo”, dar a “resposta certa” à carta de Trump e ao tarifaço.

“No meu pronunciamento ao povo brasileiro, eu vou dizer o que estamos pensando sobre isso”, afirmou Lula, em referência ao pronunciamento em cadeia de rádio e TV marcado para a noite desta quinta-feira. “Eu garanto que o Brasil não gosta de encrenqueiros, nem de confusões. O Brasil gosta de negociar em paz.”

O presidente negou que haja uma crise entre Brasil e Estados Unidos, reforçando a disposição de negociar com o governo americano sobre as tarifas. Mas destacou que a relação entre os países “não pode continuar assim”.

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