A assessoria da Flotilha da Liberdade informa que o Thiago Ávila está a caminho do aeroporto em Israel para retornar ao Brasil. O governo israelense não permitiu que o Itamaraty e as advogadas fizessem contato direto com o ativista brasileiro. Acompanhe as atualizações na TVT News.
*Em atualização
Ativistas da Flotilha da Liberdade sofrem em Israel
Antes do envio de Thiago Ávila ao Brasil, eram oito ativistas presos em Israel dos 12 que fizeram parte da Flotilha da Liberdade, são eles: Suayb Ordu, da Turquia; Mark van Rennes, dos Países Baixos; Pascal Maurieras, da França; Reva Viard, da França; Rima Hassan, da França; Thiago Ávila, do Brasil; Yanis Mhamdi, da França; Yasemin Acar, da Alemanha; e Omar Faiad, da França.
Os outros três já haviam sido deportados para os países de origem, sendo eles: Baptiste Andre, da França; Greta Thunberg, da Suécia; e Sergio Toribio, da Espanha.
Segundo o perfil da Flotilha da Liberdade no Instagram, Israel queria forçar os ativistas a assinarem um documento que os fariam admitir uma suposta “entrada ilegal no território israelita”.
Se negando a assinar, a deputada do parlamento europeu Rima Hassan foi ameaçada e o soldado disse: “Eu esmago a sua cabeça contra a parede se não assinar [o documento]. Vamos lidar com isto à nossa maneira”, segundo informações da Flotilha da Liberdade no Instagram.
Parte do grupo se negou a assinar o papel, alegando terem sido sequestrados enquanto estavam em águas internacionais e levados para Israel contra sua vontade. Os ativistas rumavam para a Faixa de Gaza, na Palestina, para levar furar o bloqueio militar imposto por Israel e levar ajuda humanitária para os palestinos.
Por terem se negado a assinar o documento, o governo de Israel marcou uma audiência que aconteceu na terça-feira (10) para que o juiz determinasse a deportação.
De acordo com a Lei de Entrada em Israel, indivíduos que receberem ordens de deportação são mantidos detidos por 72 horas antes de serem removidos à força, a menos que concordem em sair antes.
Além de Thiago Ávila, outros ativistas foram presos por Israel
O navio da Flotilha da Liberdade, chamado de Madleen, saiu da Sicília da Itália no dia primeiro de junho e navega com a bandeira do Reino Unido. O objetivo era chegar até a Faixa de Gaza com suprimentos humanitários, como remédios, alimentos e próteses para serem distribuídos entre os palestinos.
Nos primeiros minutos de segunda-feira (9) — no horário local —, a embarcação foi interceptada, ainda em águas internacionais pelo exército israelense e os 12 ativistas foram levados.
Segundo o monitoramento ao vivo, a embarcação estava a cerca de 100 milhas náuticas.
Antes da embarcação ser tomada pelo exército de Israel, eles tinham sido atacados por drones que lançaram uma substância química não identificada que parecia tinta branca.
Os organizadores da Flotilha da Liberdade alegam que os 12 ativistas foram sequestrados e forma ilegal, inclusive Thiago Ávila. “Não tem autoridade legal para deter em águas internacionais”, informou. No momento, além de Thiago, outros setes estavam presos no países para serem deportados.
Em entrevista exclusiva ao jornal TVT News Primeira Edição na última quinta-feira (5), Thiago Ávila já tinha afirmado que caso Israel atacasse seria um “um crime de guerra”.
A intercepção aconteceu após cinco noites seguidas em que Thiago Ávila relatava estarem sendo monitorados por drones não identificados.
Segundo informações do Israel Hayom, o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, orientou que a equipe seja presa em celas individuais na Prisão de Givon, em Ramla. Eles devem ficar detidos antes de serem deportados e não devem portar nenhum acessório que faça referência a Palestina.
O ministro da Defesa, Israel Katz, determinou que os prisioneiros tenham que assistir imagens do ataque que o Hamas fez no dia 7 de outubro de 2023.