Neste 12 de junho, Dia dos Namorados, a TVT News homenageia histórias de amor construídas em meio a contextos de luta social, resistência política e defesa dos direitos humanos. São relações que ultrapassaram o campo afetivo e contribuíram para mudanças sociais importantes no Brasil e no mundo. Comemorar o Dia dos Namorados também é reconhecer o amor como força revolucionária.
Conheça alguns dos casais de namorados em tempos de luta:
- Anita e Giuseppe Garibaldi
- Aleida e Che Guevara
- Harvey Milk e Scott Smith
- Zélia Gattai e Jorge Amado
- Marielle Franco e Mônica Benício
- Diego Rivera e Frida Kahlo
- Eunice Paiva e Rubens Paiva
- Dandara dos Palmares e Zumbi dos Palmares
- Clara Charf e Carlos Marighella
Dia 12 de junho, Dia dos Namorados: amor nos tempos de luta
Enquanto muitos comemoram com flores, jantares e presentes, há casais que se inspiram em outros casais que viveram e resistiram juntos. Relembrar esses pares é uma forma de manter vivas suas causas e lutas.
Neste 12 de junho, inspire-se com histórias de quem transformou o amor em força política. Compartilhe com seu amor as histórias dos casais das lutas populares. Quer uma dica de presente para o dia dos namorados? Envie a história do casal que mais se parece com vocês.
Quais são os namorados mais famosos das lutas populares?
Anita e Giuseppe Garibaldi
O casal símbolo da luta pela liberdade na América do Sul e Europa.
Aleida e Che Guevara
Uma união marcada pela militância revolucionária em Cuba.
Harvey Milk e Scott Smith
Ícones da luta pelos direitos LGBTQIA+ nos EUA.
Zélia Gattai e Jorge Amado
Mais do que literatura, viveram os bastidores das lutas democráticas no Brasil.
Marielle Franco e Mônica Benício
O amor interrompido por um crime político que ainda pede justiça.
Diego Rivera e Frida Kahlo
Arte e ativismo caminharam juntos na vida e na obra do casal mexicano.
Eunice Paiva e Rubens Paiva
Vítimas da repressão da ditadura, deixaram um legado de luta por memória e verdade.
Dandara dos Palmares e Zumbi dos Palmares
Símbolos da resistência negra e da construção dos quilombos no Brasil colonial.
Clara Charf e Carlos Marighella
Companheiros de vida e de combate à ditadura militar no Brasil.
Dia dos namorados, casais de luta: Anita e Giuseppe Garibaldi
Anita Garibaldi e Giuseppe Garibaldi se conheceram em 1839, durante a Revolução Farroupilha, no sul do Brasil. Anita, nascida em Laguna (SC), uniu-se ao revolucionário italiano e passou a acompanhá-lo nas batalhas contra as forças imperiais brasileiras. O casal lutou lado a lado por ideais republicanos, primeiro no Brasil e depois na Itália, onde participaram das campanhas pela unificação do país.

Anita ficou conhecida como “heroína de dois mundos” e também por sua coragem, atuando como combatente e enfermeira, A história dos dois é lembrada como símbolo de amor, resistência e compromisso com a liberdade.
Dia dos namorados, casais de luta: Aleida March e Che Guevara
Aleida March e Ernesto Che Guevara se conheceram durante a Revolução Cubana, no final da década de 1950. Aleida era militante do Movimento 26 de Julho e participou ativamente da luta contra a ditadura de Fulgencio Batista. Che, um dos principais líderes da revolução, se aproximou dela durante as batalhas em Sierra Maestra.

Imagem: Wikimedia Commons /Korda

Os dois se casaram em 1959, pouco após a vitória revolucionária, e tiveram quatro filhos. Aleida seguiu apoiando as causas defendidas por Che, mesmo após sua partida de Cuba para levar a luta armada a outros países. Até hoje, ela preserva a memória de Che e contribui para manter vivo o legado político do companheiro
.
Dia dos namorados, casais de luta: Harvey Milk e Scott Smith
Harvey Milk foi o primeiro político abertamente gay eleito nos Estados Unidos, em 1977. Ao lado de Scott Smith, seu companheiro e também ativista, enfrentou o preconceito e ajudou a organizar a comunidade LGBTQIA+. Harvey Milk e Scott Smith formaram um dos casais mais emblemáticos da luta pelos direitos LGBTQIA+ nos Estados Unidos.

Imagem: Reprodução/Instagram
Juntos desde o início da década de 1970, os dois se mudaram para São Francisco, onde abriram uma loja de câmeras fotográficas no bairro de Castro, que rapidamente se tornou um ponto de encontro da comunidade gay. Smith foi fundamental no apoio à trajetória política de Milk. Embora tenham terminado o relacionamento antes do assassinato de Milk, em 1978, Scott seguiu como um dos principais responsáveis por preservar e divulgar sua memória e luta por igualdade e representatividade.
Dia dos namorados, casais de luta: Zélia Gattai e Jorge Amado
Zélia e Jorge formaram um casal intelectual atuante, ligado ao Partido Comunista. Exilados durante o Estado Novo, transformaram o exílio em produção cultural. Zélia Gattai e Jorge Amado se conheceram em 1945, em meio à militância política e ao efervescente cenário literário brasileiro. Companheiros na vida e na luta, viveram juntos por quase 60 anos, unindo literatura, ideais democráticos e engajamento social.

Exilados durante a ditadura do Estado Novo, compartilharam a experiência de viver na França, na Tchecoslováquia e na União Soviética, mantendo-se ativos na defesa da democracia e dos direitos humanos. Zélia, além de fotógrafa e memorialista, escreveu obras que retratam a trajetória do casal e os bastidores da vida intelectual brasileira. Ao lado de Jorge Amado, construiu uma relação marcada pelo afeto, pela arte e pelo compromisso com a justiça social.
Dia dos namorados, casais de luta: Marielle Franco e Mônica Benício
Marielle Franco e Mônica Benício se conheceram ainda na juventude no Rio de Janeiro, e construíram uma relação baseada no afeto e no engajamento político. Em 2004, quando Monica topou passar o carnaval com as amigas e conheceu Marielle , que foi descrita como “uma mulher alta, linda, com sorriso largo e um brilho no olhar que parecia um farol. Tinha luz própria.”
Marielle, socióloga e ativista dos direitos humanos, foi eleita vereadora em 2016 pelo PSOL, com forte atuação nas causas das mulheres negras, da população periférica e da comunidade LGBTQIA+.

Mônica acompanhou de perto essa trajetória e, após o assassinato de Marielle em 14 de março de 2018, assumiu a missão de manter viva a memória de Marielle e suas lutas. Tornou-se uma voz importante na defesa dos direitos humanos e na cobrança por justiça, transformando o luto em resistência e continuidade da militância iniciada por sua companheira.
Mônica Benício é, atualmente, vereadora da cidade do Rio de Janeiro pelo PSOL, reeleita em 2024 com mais de 25 mil votos, o que reforça seu mandato feminista, antifascista e popular.
Recentemente, Mônica lançou o livro “Marielle & Mônica: uma história de amor e luta”, um misto de diário e memória que relata os anos de união, luto e militância. Nele, reflete sobre seu processo de cura, além de reafirmar seu compromisso com a causa de justiça por Marielle.

Dia dos namorados, casais de luta: Diego Rivera e Frida Kahlo
A relação entre Frida e Diego foi marcada por amor intenso, arte engajada e política. Ambos usaram suas obras para expressar críticas ao colonialismo, à desigualdade social e à repressão política no México do século XX.

Diego Rivera e Frida Kahlo formaram um dos casais mais conhecidos da história da arte latino-americana. Ele, já renomado muralista, e ela, jovem artista em formação, se conheceram no final da década de 1920 e se casaram em 1929. A relação foi marcada por intensidade e conflitos.
Rivera e Frida participaram ativamente da cena política mexicana, envolvidos com os ideais comunistas e com movimentos de resistência cultural e popular, em um contexto de transformações sociais após a Revolução Mexicana.
Apesar das idas e vindas do relacionamento, incluindo separações e reconciliações, Diego e Frida mantiveram uma conexão forte, tanto pessoal quanto artística. Viveram entre o México e os Estados Unidos, onde Rivera executou murais que retratavam a luta de classes e a história dos povos latino-americanos, enquanto Frida desenvolvia uma obra marcada pela introspecção, pelos traços do surrealismo e pela defesa do povo mexicano. O casal faz parte do movimento de resistência cultural e de afirmação da identidade latino-americana no século XX.
Dia dos namorados, casais de luta: Eunice Paiva e Rubens Paiva
Eunice Paiva e Rubens Paiva viveram uma história marcada pelo compromisso com a democracia e pelo impacto direto da repressão durante a ditadura militar no Brasil. Rubens era engenheiro e deputado federal pelo PTB, eleito em 1962. Após o golpe de 1964, teve o mandato cassado.

Em 1971, foi preso por agentes da repressão e desapareceu nas mãos do Estado. Eunice, então com cinco filhos, passou a lutar pela memória do marido e pela responsabilização dos culpados, tornando-se uma voz importante na busca por justiça e na denúncia das violações dos direitos humanos no período. Sua trajetória como advogada e ativista ajudou a manter viva a memória de Rubens Paiva e a pressionar o Estado brasileiro por respostas sobre os crimes da ditadura.
A história de Eunice Paiva ganhou visibilidade no filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles e vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2025.

Dia dos namorados, casais de luta: Dandara e Zumbi dos Palmares
Dandara e Zumbi foram lideranças importantes do Quilombo dos Palmares.
Dandara dos Palmares foi uma figura importante na história do Quilombo dos Palmares, sendo esposa e companheira de Zumbi dos Palmares. A historiografia nacional não se deteve a buscar a fundo a sua trajetória, sendo assim, existem poucos dados históricos sobre a vida de Dandara.

Raros são os registros sobre a sua vida. Os estudos atuais apontam que ela nasceu no Brasil, era filha de uma mulher africana escravizada, e juntou-se ao Quilombo dos Palmares ainda criança, onde viveu e resistiu até a morte. Na cultura popular, Dandara foi foi figura de destaque na resistência de Palmares, conhecida pela força e habilidade na capoeira
Zumbi dos Palmares foi um líder quilombola, símbolo da resistência negra à escravidão no Brasil Colonial. Liderou o Quilombo dos Palmares, uma comunidade livre formada por escravizados fugitivos, na região da Serra da Barriga, em Alagoas. Após a destruição de Palmares em 1694, Zumbi continuou a resistir, sendo posteriormente morto e decapitado pelos portugueses em 20 de novembro de 1695. Zumbi dos Palmares é um símbolo da resistência negra e da luta pela liberdade, sendo reverenciado como um dos maiores líderes da história brasileira. O 20 de novembro é comemorado como o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.
Dia dos namorados, casais de luta: Clara Charf e Marighella
Clara Charf e Carlos Marighella compartilharam uma vida marcada pelo engajamento político e pela resistência à ditadura militar no Brasil. Clara foi militante comunista e atuou ao lado de Marighella, também comunista e um dos principais nomes da luta armada contra o regime instaurado em 1964.

Após o assassinato de Marighella por agentes da repressão em 1969, Clara foi perseguida, viveu no exílio e continuou sua militância fora do país. Ao retornar ao Brasil, dedicou-se à luta pela anistia e pelos direitos humanos. Participou da fundação do PT e é referência no feminismo e na resistência brasileira. A história do casal simboliza o compromisso com a liberdade, a justiça social e a resistência diante da repressão política.
Qual dessas histórias de amor é a sua neste Dia dos Namorados?
Comemore o Dia dos Namorados com a TVT News: compartilhe com seu amor a história dos namorados que mais se parece com a de vocês. Faltou alguma história ou casal de namorados? Envie para a gente!
Presente para o Dia dos Namorados
Quer uma dica de presente para o Dia dos Namorados?
Neste 12 de junho, Dia dos Namorados, a TVT News convida você a celebrar o amor que resiste, transforma e luta. Compartilhe com quem você ama as histórias que marcaram a história política e social das classes trabalhadoras.
Envie para seu amor esse texto ou um trecho com a lembrança de casais das lutas populares. E não se esqueça: marque a TVT @redetvt nas redes sociais.
Por que o Dia dos Namorados é comemorado em 12 de junho no Brasil?
O Dia dos Namorados no Brasil é comemorado em 12 de junho por uma razão comercial, diferente da data celebrada em muitos outros países, como os Estados Unidos, onde o Valentine’s Day ocorre em 14 de fevereiro.
Qual a origem do Dia dos Namorados no Brasil
A escolha do dia 12 de junho foi estratégica e comercial. Em 1949, o publicitário João Doria, pai do ex-governador João Doria Jr., criou uma campanha publicitária para uma loja, em São Paulo. A intenção era aumentar as vendas no mês de junho, tradicionalmente fraco para o comércio.
O dia 12 de junho é a véspera do dia de Santo Antônio (13 de junho), conhecido na tradição católica como o santo casamenteiro. A associação com o santo fortaleceu a proposta da campanha, tornando a data mais simbólica e com apelo afetivo.
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