Exército de Israel intercepta navio em que o ativista brasileiro Thiago Ávila e a sueca Greta Thunberg estavam com mais 10 pessoas. Veja em TVT News.
(conteúdo sobre o sequestro do barco de Greta de em atualização, às 22h30)
Barco de Greta que leva ajuda humanitária a Gaza é interceptado por Israel
O barco de Greta, chamado Madleen, que faz parte do movimento Flotilha pela Liberdade, levava suprimentos para os palestinos que ainda sobrevivem na Faixa de Gaza foi interceptado pelo exército de Israel.
As últimas informações dão conta que os tripulantes do barco de Greta, o Madleen, foram levados para prestar depoimentos.
A região não recebe ajuda humanitária porque Israel fez um bloqueio militar.
Segundo dados da ONU de maio, mais de 500 mil palestinos corriam risco de morte por fome.
Greta faz apelo ao governo sueco
Veja a postagem de Greta sobre o sequestro do barco com ajuda humanitária.
“O governo sueco precisa proteger seus cidadãos!” Greta Thunberg foi sequestrada pelo exército israelense. Greta é uma civil desarmada a bordo de um navio que transportava carga humanitária, incluindo leite em pó para bebês, suprimentos médicos e outros itens essenciais para a população sitiada de Gaza. Ela não representava nenhuma ameaça e estava operando em total conformidade com o direito marítimo internacional, humanitário e de direitos humanos.
Use o formulário de contato do site, marque e envie um e-mail para o Ministério das Relações Exteriores da Suécia agora”
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O brasileiro Thiago Ávila, que está no barco, descreve o ataque
Veja o que o brasileiro Thiago Ávila, que está no barco de Greta, postou no momento da interceptação pelo exército israelense:
“O “Madleen” foi atacado.
Momentos atrás, drones lançaram produtos químicos não identificados no Madleen. Imediatamente depois, nossos voluntários pacíficos foram abalroados e interceptados antes que as forças israelenses abordassem a embarcação. Perdemos todo o contato com eles segundos depois.
Aja agora. Contate a embaixada israelense em seu país imediatamente. Exija que nossos voluntários estejam seguros e ilesos. Exija que seu governo imponha sanções a Israel sem demora.
O que aconteceu com nossos voluntários é um pequeno vislumbre do que os palestinos em Gaza sofrem diariamente — há quase dois anos. Este não é apenas um ataque a um barco. Faz parte de uma campanha mais ampla de violência e impunidade.
Rompam o cerco. Parem de permitir crimes de guerra. É hora de os governos agirem.”
Israel diz que impedirá barco de Greta de chegar a Gaza
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, ordenou ao Exército, neste domingo (8), que intercepte o barco de Greta com ativistas que planejam abrir um canal de acesso à Faixa de Gaza, levando alimentos e medicamentos. A ativista sueca Greta Thunberg, conhecida por sua luta contra o aquecimento global, está entre os tripulantes da embarcação Madeleine (Madleen), que se arriscam a furar o bloqueio israelense.
“Eu instruí o Exército a agir para que o Madeleine… não chegue a Gaza”, disse Katz em um comunicado. “Para a antissemita Greta e seus amigos propagadores de propaganda do Hamas, eu digo claramente: É melhor vocês voltarem para trás, porque não chegarão a Gaza”, acrescentou.
A imprensa israelense informou que os militares planejam interceptar o navio antes que ele chegue a Gaza e escoltá-lo até o porto israelense de Ashdod. A tripulação seria, então, deportada.

O brasileiro Thiago Ávila, ativista internacionalista e ambientalista, e o ator irlandês Liam Cunningham também integram a tripulação, no total de 12 pessoas. Em vídeo publicado hoje nas redes sociais, Ávila afirmou que eles estão em águas internacionais e vão para o território marítimo palestino, onde Israel não tem jurisdição. “Ele [Israel Katz] está realmente admitindo que eles estão planejando cometer um crime de guerra”, disse.
Ainda segundo o ativista, considerando resoluções e decisões da Corte Internacional de Justiça e do Conselho de Seguranças das Nações Unidas, o governo israelense não pode impedir ou dificultar que a ajuda humanitária chegue à Faixa de Gaza. “Então, eles são os únicos que estão ilegais, que estão cometendo crimes de guerra, não só conosco, mas especialmente com o povo palestino, de oito décadas de genocídio, 18 anos de bloqueio e um ano e nove meses das cenas mais horríveis e crimes de guerra que nossa geração já viu”, afirmou Ávila.
“Então, ministro da Defesa, Israel Katz, não tememos você, temos as maiorias sociais, o mundo inteiro está conosco porque o mundo inteiro não aguenta mais ver você matando crianças de fome, bombardeando hospitais, escolas, abrigos, áreas residenciais. […] Você acha que tem o controle, mas tudo que você tem são suas armas, suas bombas, sua violência e seu ódio”, acrescentou o ativista.
Operada pela coalizão pró-Palestina Flotilha da Liberdade, a embarcação Madeleine, de bandeira britânica, deixou a Itália em 6 de junho, dirigindo-se lentamente para a Faixa de Gaza, que está sitiada por Israel. O grupo está a cerca de 160 milhas náutica da costa palestina, transportando uma quantidade simbólica de ajuda humanitária, incluindo alimentos e suprimentos médicos.
Uma primeira tentativa de chegar a Gaza foi frustrada quando outra embarcação do grupo, o Consciência, foi bombardeado por dois drones perto de águas territoriais de Malta. A coalizão Flotilha da Liberdade pede que uma investigação independente apure o ocorrido em Malta.