sexta-feira , 6 de junho 2025

Marinha expulsa militar condenado nos atos golpistas de 8 de janeiro

Suboficial Marco Antônio Braga Caldas foi expulso por decisão do Conselho de Disciplina

A Marinha do Brasil decidiu expulsar o suboficial da reserva Marco Antônio Braga Caldas, condenado por envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes, em Brasília, foram invadidas e depredadas por extremistas bolsonaristas que não aceitaram o resultado das eleições presidenciais. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União e representa uma medida rara dentro das Forças Armadas, especialmente em relação a militares da reserva.

Caldas foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 14 anos de prisão em regime fechado, acusado de associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e golpe de Estado. De acordo com o processo, ele esteve presente na Praça dos Três Poderes durante a invasão, incentivou a depredação das sedes dos poderes da República e participou ativamente das ações violentas.

O parecer será formalmente confirmado por despacho do comandante da Marinha. Com a exclusão, Caldas perderá o direito à prisão especial e passará à condição de “morto fictício”, um termo utilizado pelas Forças Armadas para designar militares expulsos da corporação. A pensão correspondente será revertida à família.

O suboficial já estava preso preventivamente desde os primeiros desdobramentos das investigações conduzidas pela Polícia Federal. Seu nome constava entre os militares da reserva que participaram ou estimularam os atos golpistas, e a condenação reforçou a pressão sobre as Forças Armadas para que tomassem medidas mais firmes contra os envolvidos.

A expulsão foi determinada após a conclusão de um processo administrativo disciplinar interno da Marinha, que considerou que o comportamento de Caldas feriu gravemente os princípios da hierarquia e da disciplina, além de comprometer a imagem da instituição. A medida significa que ele perde todas as honrarias e benefícios que detinha como militar da reserva.

Em nota oficial, a Marinha informou que “repudia quaisquer atos atentatórios à democracia e reafirma seu compromisso com a Constituição Federal e o Estado Democrático de Direito”. A corporação ressaltou ainda que seguirá adotando providências cabíveis contra qualquer integrante que atue em desacordo com esses princípios, seja da ativa ou da reserva.

A decisão tem peso simbólico importante em meio ao debate sobre o papel das Forças Armadas nos últimos anos, especialmente durante o governo de Jair Bolsonaro, quando houve uma aproximação inédita entre militares e pautas políticas extremistas. A presença de militares, mesmo da reserva, em atos golpistas tem sido um dos focos das investigações em curso.

Organizações da sociedade civil, parlamentares e entidades em defesa da democracia têm cobrado uma atuação mais contundente das Forças Armadas diante da participação de seus membros nos atos de 8 de Janeiro. A expulsão de Caldas, ainda um caso isolado, é vista como um passo importante para a responsabilização dos envolvidos e para o fortalecimento das instituições democráticas.

A Advocacia-Geral da União (AGU) também move ações para cobrar dos condenados o ressarcimento pelos danos causados ao patrimônio público durante a tentativa de golpe. No caso de Caldas, os valores ainda estão sendo apurados, mas podem ultrapassar milhões de reais.

Crédito do Matéria

Confira também

Resultado da Mega Sena 2872

No concurso 2872 da Mega Sena as dezenas sorteadas foram: 08 – 23 – 32 …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *