Na noite de quarta-feira (14) uma intensa “bola de fogo” intrigou moradores de diversas regiões do Brasil, que acreditaram se tratar de um meteoro. O fenômeno luminoso foi observado cruzando o céu por volta das 18h30, sendo registrada em vídeos e fotos que rapidamente se espalharam pelas redes sociais. As aparições ocorreram em cidades de Minas Gerais — incluindo Belo Horizonte, Uberlândia, Ipatinga e João Pinheiro —, além de localidades na Bahia, Goiás e no Distrito Federal .
No entanto, apesar da aparência de um meteoro, análises de especialistas e instituições especializadas indicaram uma explicação diferente. A Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon) identificou o objeto como sendo o segundo estágio de um foguete Falcon 9, lançado pela SpaceX – do bilionário Elon Musk – em 5 de agosto de 2014. Após quase 11 anos em órbita como lixo espacial, esse componente reentrou na atmosfera terrestre, percorrendo aproximadamente 1.500 km em cerca de quatro minutos, com velocidade estimada entre 6 e 7 km/s
A identificação foi corroborada por especialistas como o geofísico Sérgio Sacani, que destacou a fragmentação e a baixa velocidade do objeto como características típicas de lixo espacial, diferenciando-o de um meteoro, que geralmente apresenta maior velocidade e menor fragmentação.
Luis Cavalcante, professor do Planetário de Brasília, também enfatizou que a reentrada de objetos espaciais é um fenômeno que tende a se tornar mais comum, devido ao crescente número de satélites e detritos em órbita.
Até o momento, não há relatos de que fragmentos do foguete tenham atingido o solo. A maioria dos detritos espaciais se desintegra ao entrar na atmosfera, mas especialistas alertam que partes maiores podem eventualmente resistir ao calor gerado pelo atrito e alcançar a superfície terrestre.
Este evento destaca a importância do monitoramento contínuo do espaço e da conscientização sobre os riscos associados ao lixo espacial. Com o aumento das atividades espaciais, é fundamental desenvolver estratégias para mitigar os impactos desses detritos, garantindo a segurança tanto no espaço quanto na Terra.