quinta-feira , 15 de maio 2025

Desmatamento cai 32,4%; Cerrado é o bioma com maior área desmatada

Apesar de ser o bioma com maior área desmatada, o Cerrado apresentou queda de 41,2% no desmatamento

No total, o desmatamento caiu 32,4% no Brasil em 2024 em comparação com 2023. O Cerrado segue líder do ranking dos biomas com a maior área desmatada, mesmo apresentando queda de 41,2% na comparação com 2023. Os dados são do Relatório Anual do Desmatamento (RAD), divulgado nesta quinta-feira (15) pela rede MapBiomas. Entenda na TVT News.

Desmatamento no Cerrado

Pelo segundo ano consecutivo, Cerrado é o bioma com maior área desmatada, ultrapassando a Amazônia. Em 2024, foram 652.197 hectares – mais da metade (52,5%) do total desmatado no Brasil no ano passado.

A área média desmatada por dia no Cerrado teve o ritmo mais intenso: foram 1.786 hectares por dia. Para fins de comparação, a Amazônia teve um ritmo de 1.035 hectares por dia

Na sequência do ranking de maior área desmatada, a Amazônia ficou em segundo lugar, com 30,4% da área degradada (377.708 hectares). Esta foi a menor área desmatada dos seis anos da série histórica do RAD, iniciada em 2019. Juntos, Amazônia e Cerrado responderam por quase 89% da área desmatada em 2024.

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União Europeia restringe compra de produtos produzidos em áreas desmatadas, ou seja, a degradação do cerrado pode afetar o comércio de carne e grãos brasileiros. Imagem: MapBiomas/Reprodução

A junção dos dois biomas mais desmatados refletem no tipo de vegetação mais desmatada no Brasil: pelo segundo ano consecutivo, as formações savânicas foram as áreas mais desmatadas (52,4%) no Brasil, seguidas das formações florestais (43,7%).

A região do Matopiba — que se estende por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia — concentrou 75% do desmatamento do Cerrado e cerca de 42% de toda a perda de vegetação nativa no país. Esses números, no entanto, representam uma queda de 40% em relação a 2023. Os quatro estados do Matopiba estão entre as cinco unidades federativas que mais desmataram em 2024.

Junto com o Pará, esses estados respondem por mais de 65% da área desmatada no Brasil. Os quatro municípios com maiores aumentos proporcionais estão no Piauí: Canto do Buriti, Jerumenha, Currais  e Sebastião Leal.

De acordo com o RAD, 45% da área desmatada no Cerrado está relacionada à expansão urbana que aconteceu em 2024.

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Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia representam 4 dos cinco estados mais desmatados em 2024. Imagem: MapBiomas/Reprodução
Caatinga

A Caatinga vem em terceiro lugar, com 14% de área (174.511 hectares). Mas pela primeira vez desde o início do MapBiomas Alerta, em 2019, o maior desmatamento no Brasil ocorreu no bioma Caatinga.

Ele também representa o maior alerta já publicado pela iniciativa MapBiomas Alerta nesses seis anos de projeto (alerta código 1330622).

Foram desmatados 13.628 hectares em um único imóvel rural no estado do Piauí, dentro de uma janela temporal de três meses, o equivalente a seis hectares por hora. 

Cenário nacional

Na soma de todos os estados, mais o Distrito Federal, o país perdeu 1.242.079,1 hectares em 2024 —o equivalente a cerca de 1,5 milhão de campos de futebol. No ano anterior, a área desmatada foi de 1.836.749,3 hectares.

O tamanho dos desmatamentos também diminuiu em 2024. O número de alertas com área maior que 100 hectares, por exemplo, teve uma redução de 31% em relação a 2023.

O dia com maior área desmatada em 2024 foi 21 de junho, quando 3.542 hectares de vegetação nativa foram desmatados em 24 horas.

Ao longo do ano passado, a área média desmatada por dia foi de 3.403 hectares – ou 141,8 hectares por hora. No caso da Amazônia, foram 1.035 hectares por dia, ou cerca de 7 árvores por segundo. No Cerrado, o ritmo da perda foi mais intenso: 1.786 hectares por dia.

Pela primeira vez nos últimos seis anos, todos os biomas tiveram queda no desmatamento ou estabilidade —caso da mata atlântica.

A Mata Atlântica, que já tem a maior parte de sua área florestal já desmatada, se manteve estável após uma queda de quase 60% no desmatamento observada em 2023 (13.212 hectares), na comparação com 2022 (29.721 hectares).

Apesar de ser visto como estabilidade, RAD aponta que houve aumento no desmatamento na Mata Atlântica de 2% entre 2023 para 2024. Foram desmatados 13.472 hectares em 2024, contra 13.212 em 2023.

O MapBiomas aponta que os resultados no bioma Mata Atlântica foram influenciados pelos eventos climáticos extremos que atingiram o Rio Grande do Sul entre abril e maio de 2024. Caso esses eventos não tivessem ocorrido, o bioma teria registrado uma redução de pelo menos 20% na área afetada em relação ao ano anterior.

Com informações do MapBiomas

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