quarta-feira , 14 de maio 2025

Deputada denuncia violência policial na Favela do Moinho

Ediane Maria (PSOL-SP) denunciou nesta ter sido alvo de violência policial durante a ação de reintegração de posse na Favela do Moinho

A deputada estadual Ediane Maria (PSOL-SP) denunciou nesta ter sido alvo de agressão por parte da Polícia Militar durante a ação de reintegração de posse na Favela do Moinho, no centro de São Paulo. A parlamentar relatou o uso de bombas e força excessiva por agentes da PM contra moradores da comunidade e contra sua própria equipe, mesmo após ter se identificado como autoridade. Entenda na TVT News.

“O Tarcísio quer tirar os moradores da favela do Moinho sem dar uma alternativa decente para as famílias”, declarou Ediane, em vídeo publicado nas redes sociais. “Ele precisa pisar aqui com respeito. É o território que construímos diariamente. A PM não respeita parlamentar, idoso e ninguém.”

As ações, conduzidas pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e escoltadas por forte aparato policial, começaram ainda na noite de segunda-feira (13), quando moradores relataram intimidação, demolições sem aviso prévio e perda de pertences. A deputada afirmou que “ontem foi um show de horror” e classificou a ofensiva como uma “limpeza social” a serviço da especulação imobiliária.

A Favela do Moinho

A Favela do Moinho é a última grande comunidade da região central de São Paulo, localizada entre os bairros Campos Elíseos e Bom Retiro. O governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) planeja transformar a área em um parque, como parte do projeto de requalificação urbana que inclui também a construção do novo Centro Administrativo do Estado nas imediações.

O terreno, no entanto, pertence à União. Segundo Ediane, a ação descumpre diretrizes do Governo Federal, que condiciona qualquer remoção à garantia de moradia digna e imediata. Até o momento, o governo estadual não apresentou solução habitacional concreta para as famílias atingidas.

De acordo com dados do próprio governo paulista, mais de 600 famílias aceitaram uma proposta de saída da comunidade. No entanto, 172 delas ainda não concluíram o processo documental, e centenas seguem no local, temendo o despejo forçado.

“A sanha de Tarcísio em fazer limpeza social passou de todos os limites”, criticou a deputada. “Estamos aqui para barrar essas demolições e exigir que a lei seja respeitada.”

As imagens compartilhadas por Ediane mostram ruas cobertas de fumaça, moradores em pânico e agentes da PM lançando artefatos explosivos.

O governo de São Paulo ainda não se pronunciou oficialmente sobre as denúncias de violência ou sobre o destino das famílias que seguem na Favela do Moinho.

Enquanto isso, a tensão continua na comunidade. A parlamentar permanece no local ao lado de moradores, movimentos sociais e defensores públicos que acompanham o caso de perto. “Isso aqui é um massacre urbano com verniz de modernização”, declarou um dos ativistas presentes.

A Favela do Moinho, símbolo de resistência urbana há décadas, mais uma vez se vê no centro de uma disputa entre o direito à cidade e os interesses do capital imobiliário. Desta vez, com bombas, demolições e a agressão de uma parlamentar em pleno exercício do mandato.


Reportagem em atualização.

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