Papa Leão XIV fez questão de relembrar do Papa Francisco e sua diocese em Chiclayo, no Peru
O discurso realizado pelo Papa Leão XIV na quinta-feira (8) em sua bênção Urbi et Orbi, após seu anúncio como o novo Sumo-Pontífice da Igreja Católica, marcou o começo de seu pontificado. TVT News destaca as palavras mais faladas pelo Papa Leão XIV no primeiro discurso.
Ao iniciar seu discurso, Leão XIV enfatizou a figura de Francisco, que serviu como um elo entre a primeira bênção de seu antecessor e a sua própria fala. A voz “frágil, mas sempre corajosa” de Francisco, abençoou Roma, assim como Leão XIV fez na última tarde.
Conciliando os agradecimentos a Papa Francisco e suas próprias intenções, o antes cardeal Robert Francis Prevost pregou uma paz “desarmada, humilde e perseverante”, enraizada em Cristo.
“Deus nos quer bem, Deus nos ama a todos”, ressaltou. Convocando a Igreja e seus fiéis, Leão XIV pede que a humanidade caminhe lado a lado, seguindo a luz divina que o mundo necessita. A construção de “pontes” através do diálogo e do encontro surge como um imperativo para alcançar a unidade de um só povo em paz.
A gratidão expressa aos cardeais e à sua diocese de Chiclayo, no Peru, além do compromisso de caminhar como uma Igreja unida, reforçam a ideia de uma liderança servidora e colaborativa, em uma busca incessante pela paz e a justiça, num aceno à continuidade dos passos de Francisco.

Peruana de Chiclayo fala da alegria do Papa ter citado a região no discurso
Direto de Chiclayo, no Peru, a socióloga Carmen Aurazo de Watson conversou com o Jornal TVT News Primeira Edição sobre como a população peruana recebeu a notícia da eleição do cardeal Robert Prevost, o Papa Leão XIV, no conclave.
Papa Leão XIV tem cidadania peruana por ter vivido no país por décadas. Em Chiclayo, a quarta maior cidade do Peru, serviu como bispo entre 2015 e 2023. Carmen fala sobre a vida do agora papa na cidade e conta detalhes da personalidade de Prevost que podem revelar como será o papado.
Leia o discurso do Papa Leão XIV completo:
“Que a paz esteja convosco. Irmãos, irmãs caríssimos, esta é a primeira saudação do Cristo ressuscitado, o bom pastor, que deu a vida pelo rebanho de Deus. Também eu gostaria que esta saudação, de paz, entrasse no vosso coração, alcançasse vossas famílias, a todas as pessoas. Onde quer que estejam, a todos os povos, a toda a terra, a paz esteja convosco.
Esta é a paz de Cristo ressuscitado, uma paz desarmada, uma paz desarmadora, humilde e perseverante, que provém de Deus. Deus que nos ama a todos, incondicionalmente. Ainda conservamos em nossos ouvidos aquela voz frágil, mas sempre corajosa do papa Francisco, que abençoava Roma.
“Ajudai-nos também vós, unam-se aos outros, a construir pontes, com o diálogo, com o encontro, unindo-nos todos para sermos um só povo, sempre, em paz.”
O papa que abençoava Roma, dava a sua bênção ao mundo inteiro naquela manhã do dia de Páscoa. Permitam-me dar sequência àquela mesma bênção: Deus nos quer bem, Deus nos ama a todos. O mal não prevalecerá. Estamos todos nas mãos de Deus. Portanto, sem medo, unidos, mão na mão com Deus e entre nós, sigamos adiante. Somos discípulos de Cristo. Cristo nos precede. O mundo precisa da sua luz. A humanidade necessita de pontes para que sejam alcançadas por Deus e ao mundo. Ajudai-nos também vós, unam-se aos outros, a construir pontes, com o diálogo, com o encontro, unindo-nos todos para sermos um só povo, sempre, em paz. Obrigado, papa Francisco.
Gostaria de agradecer a todos os irmãos cardeais que me escolheram para ser sucessor de Pedro, e caminharei junto a vós, como Igreja unida, buscando sempre a paz, a justiça, buscando sempre trabalhar como homens e mulheres fiéis a Jesus Cristo. Sem medo, para proclamar o Evangelho. Para sermos missionários.
Sou um filho de Santo Agostinho, agostiniano, que disse: “Convosco sois cristão, e para vós bispo”. Nesse sentido, podemos todos caminhar juntos rumo a essa pátria, à qual Deus nos preparou.
“Devemos buscar juntos como ser uma igreja que dialoga, sempre aberta a receber de braços abertos, a todos”
À Igreja de Roma, uma saudação especial. Devemos buscar juntos como ser igreja missionária, uma igreja que constrói pontes, que dialoga, sempre aberta a receber como esta praça de braços abertos, a todos, todos aqueles que precisam da nossa caridade, da nossa presença, do diálogo, de amor.
E se me permitem também uma palavra: a todos aqueles, de modo particular, à minha querida diocese de Chiclayo no Peru, onde um povo fiel acompanhou o seu bispo, compartilhou a sua fé e deu tanto a mim para seguir sendo igreja fiel de Jesus Cristo.
A todos vós irmãos e irmãs, de Roma, da Itália e do mundo inteiro, queremos ser uma igreja sinodal, uma igreja que caminha, que busca sempre a paz, que busca sempre a caridade e busca sempre estar próxima, especialmente daqueles que sofrem.
O dia da súplica à Nossa Senhora de Pompeia, nossa mãe Maria quer sempre caminhar conosco, estar próxima, ajudar-nos com a sua interseção e seu amor. Agora, gostaria de rezar junto convosco, rezemos juntos por essa nova missão, por toda a Igreja, pela paz no mundo. Peçamos essa graça especial à Maria, nossa mãe.”
A fala foi seguida de uma oração com os fiéis, finalizando a aparição com a bênção Urbi et Orbi.