Ministro da Defesa publica carta em homenagem ao Dia da Vitória e relembra participação brasileira na Segunda Guerra Mundial
Há 80 anos, a Rússia vencia o exército da Alemanha nazista. A data ficou conhecida como o Dia da Vitória e anualmente países do mundo se reúnem em Moscou para celebrar. Em 2025, o presidente Lula estará presente no desfile militar do Dia da Vitória junto a aliados do BRICS para acompanhar as festividades do Dia da Vitória. Saiba mais na TVT News.
Em paralelo ao Dia da Vitória, diferentes nações travam batalhas em prol de interesses próprios, individuais e restritos a suas nações, como os EUA que impõe uma guerra tarifária ou a própria Rússia em guerra com a Ucrânia.
Nessas reuniões, Lula leva o discurso que defende o multilateralismo e busca paz mundial — em diferentes ocasiões buscou um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia e Israel e Palestina. Será que um dia teremos um novo Dia da Vitória pelo fim das guerras?
No Brasil, outras autoridades relembram o Dia da Vitória. O ministro da Defesa, José Mucio, prestou homenagem ao exército brasileiro que fez uma breve participação nas batalhas durante a Segunda Guerra Mundial.
Confira o texto completo sobre o Brasil no Dia da Vitória
“Há 80 anos, o mundo se libertou das ameaças que o totalitarismo impunha. Hoje, ao evocarmos o “Dia da Vitória”, reafirmamos, de modo especial, que o Brasil escolheu o caminho certo durante o conturbado cenário, com suas valorosas Forças Armadas empenhadas na salvaguarda da liberdade e da justiça.
O alvorecer do século XX foi marcado por sucessivos conflitos armados, nos quais cada nova investida se traduzia em armamentos mais sofisticados, táticas mais arrojadas e manobras militares com maior alcance destrutivo, ameaçando, com intensidade, letalidade e tecnologia crescentes, a vida e a segurança das populações.
A Segunda Guerra Mundial, travada entre os anos de 1939 e 1945, notadamente nos territórios da Europa, Norte da África e Ásia, com seus teatros de operações terrestres e marítimos, com destaque último para o Atlântico e Pacífico, constituiu o mais intenso e devastador conflito armado já testemunhado pela humanidade até então.
O Brasil integrou as tropas aliadas na frente italiana, onde marinheiros, soldados e aviadores enfrentaram o árduo desafio de combater forças experimentadas e determinadas nos Campos de Batalha, arcando com elevado custo em vidas humanas e em recursos materiais: 34 navios mercantes e de guerra foram afundados, com cerca de 1.450 marinheiros mortos em operações no mar; 22 aeronaves abatidas em combate; e, aproximadamente, 500 militares tombaram nos confrontos em solo europeu.
Naquele contexto desafiador do século XX, o País, mesmo diante de severos sacrifícios humanos e materiais, logrou vitória. Demonstrou, ainda, nobreza de espírito ao tratar com dignidade os vencidos; honrou seus mortos, conferindo-lhes memória perene em sepulturas de destaque; e extraiu, das agruras do combate, a valiosa lição de que, mesmo diante das maiores adversidades, nada se revela inalcançável.
Ao rememorarmos aquele 8 de maio de 1945, revivemos os feitos gloriosos de intrépidos marinheiros da Campanha do Atlântico, dos valorosos pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e dos destemidos aviadores do “Senta a Púa”, que, superando adversidades e limitações, derrotaram um inimigo numericamente superior, bem treinado e motivado.
Render homenagem a esses heróis transcende o mero ato de relembrar suas proezas; significa, sobretudo, reconhecer o esforço de superação, bem como a genialidade e a determinação do povo brasileiro em fazer prevalecer a paz, mediante a coragem e o sacrifício de seus bravos militares. É um ato de respeito à nossa história.
A participação brasileira nesse conflito, ora rememorado, convida-nos à reflexão sobre os desafios que se impõem em nossos tempos. Não há missão impossível para quem tem a coragem de agir em prol da proteção da população e da soberania nacional, em estrita observância aos princípios da legalidade.
Com essa reflexão, conclamo os marinheiros, soldados e aviadores de hoje a inspirarem-se nos feitos heroicos de nossos antecessores, que nos legaram um País livre, soberano e seguro; respeitado no Concerto das Nações e reconhecido por marcante contribuição à paz mundial.
Assim, transcorridos 80 anos desde a memorável “Vitória” [daí o nome Dia da Vitória], eternizada no “V” da Canção do Expedicionário, rendemos justa homenagem às Forças Armadas de hoje – Marinha, Exército e Força Aérea, herdeiras legítimas de tão caras tradições; instituições respeitadas e honradas pelo povo brasileiro.
Prestamos, igualmente, nosso tributo aos bravos combatentes que, reconhecendo a gravidade do momento em que viveram e movidos pelo mais elevado senso de dever cívico, entregaram a própria vida, lutando e vencendo um inimigo que ameaçava a paz. Que suas memórias sejam eternamente reverenciadas, seus feitos honrados e seus exemplos sirvam de inspiração para nossa dedicação, determinação, coragem e fé.
Por fim, aos agraciados com a Medalha da Vitória, registro meus cumprimentos e gratidão por seu inestimável apoio à Defesa Nacional e às Forças Armadas. Que esta honrosa distinção represente o justo reconhecimento do Ministério da Defesa àqueles que demonstraram mérito e dignidade em sua trajetória a serviço da Pátria. Nossas maiores homenagens aos que formam as nossas Forças Armadas, de ontem, de hoje e de sempre.”