Lista inclui reportagens sobre Donald Trump, Elon Musk, a guerra em Gaza e muito mais
Os 23 vencedores do Prêmio Pulitzer de 2025 foram divulgados na última segunda-feira (5). Organizado pela Universidade de Columbia, em Nova York, o Pulitzer se destaca como o principal prêmio do jornalismo nos Estados Unidos. Veja todos os ganhadores em TVT News.
O veículo The New York Times venceu em quatro categorias, seguido do The New Yorker, em três categorias, e o The Washington Post, em duas categorias. Há destaques para a política nacional dos Estados Unidos — com obras sobre Donald Trump, Elon Musk e a guerra do Afeganistão — e histórias sobre o uso descontrolado de fentanil no país, o impacto das leis antiaborto que causaram mortes de mulheres grávidas em dois estados estadunidenses, a memória do Movimento pelos Direitos Civis que marcou o período entre 1950 a 1960, e muito mais. Confira todos os vencedores:
Os vencedores do Prêmio Pulitzer 2025
Public Service — ProPublica
A categoria mais aguardada do Pulitzer laureou o site ProPublica, de jornalismo investigativo, pela reportagem de Kavitha Surana, Lizzie Presser, Cassandra Jaramillo e Stacy Kranitz. O trabalho aborda a morte de mulheres grávidas que não obtiveram atendimento de emergência por medo dos médicos de violar as leis que proíbem o aborto nos estados da Geórgia e do Texas.
Breaking News Reporting — The Washington Post
Na categoria que premia reportagens de última hora, a equipe do jornal The Washington Post saiu vencedora pela cobertura do atentado contra Donald Trump durante a campanha presidencial.
Investigative Reporting — Reuters
A Reuters ganhou na indicação da melhor reportagem investigativa. Os textos noticiados entre dezembro de 2024 e julho de 2024 trazem a denúncia da quase nula regulamentação da substância fentanil no território norte-americano, que torna a droga, que é uma das mais mortais do mundo, ser extremamente barata e de fácil distribuição nos EUA.
Explanatory Reporting — The New York Times
Azam Ahmed, Matthieu Aikins e Christina Goldbaum, do The New York Times, venceram pela reportagem sobre a guerra dos EUA no Afeganistão.
Local Reporting — The Baltimore Banner e The New York Times
The New York Times também levou o prêmio de reportagem local pelo trabalho de Alissa Zhu, Nick Thieme e Jessica Gallagher, em parceria com o The Baltimore Banner. A série de reportagens investigou a disseminação da fentanil em Baltimore e seus impactos sociais.
National Reporting — The Wall Street Journal
Os repórteres do The Wall Street Journal ganharam na categoria que premia reportagens de interesse nacional. Neste caso, o trabalho registra a trajetória de Elon Musk, suas contradições e o aceno ao conservadorismo.
International Reporting — The New York Times
A reportagem que investiga a guerra no Sudão premiou o jornalista Declan Walsh e a equipe do The New York Times.
Feature Writing — Esquire
Mark Warren, colaborador da Esquire, escreveu sobre um pastor batista e prefeito de uma cidade no Alabama que cometeu suicídio após ter sido exposto na internet por um site de notícias de direita.
Commentary — The New Yorker
O Pulitzer premiou Mosab Abu Toha, palestino que retratou nas páginas da revista The New Yorker, sua vivência e a de sua família durante a contínua guerra em Gaza.
Criticism — Bloomberg CityLab
A redatora e especialista em design Alexandra Lange produziu textos sobre como o bom uso da arquitetura em espaços públicos para crianças permitem que as comunidades prosperem.
Editorial Writing — Houston Chronicle
Raj Mankad, Sharon Steinmann, Lisa Falkenberg e Leah Binkovitz retrataram em uma série de seis reportagens, as travessias de trem perigosas em Houston que causam mortes e indignação na cidade. O trabalho rendeu o prêmio de redação editorial para o Houston Chronicle.
Illustrated Reporting and Commentary — The Washington Post
As charges de Ann Telnaes sobre a política nos Estados Unidos foram premiadas nesta categoria de reportagem e comentário ilustrado.

Breaking News Photography — The New York Times
O fotojornalista Doug Mills venceu na categoria de melhor fotografia de notícias de última hora pela sequência de fotos do momento exato em que Donald Trump levou um tiro de raspão durante campanha presidencial.
Feature Photography — The New Yorker
Moises Saman foi laureado com o prêmio de melhor fotografia de 2025 por suas imagens em preto e branco que capturam o legado das câmaras de tortura de Bashar al-Assad na prisão de Sednaya, na Síria.
Audio Reporting — The New Yorker
O podcast In the Dark reportou em seis episódios uma investigação de quatro anos sobre o assassinato de 25 civis iraquianos desarmados em Haditha, durante a Guerra do Iraque.
Livros, teatro e música
Fiction — James, de Percival Everett
A releitura de As Aventuras de Huckleberry Finn escrita por Percival Everett venceu a categoria de ficção do Pulitzer. O livro traz outro ponto de vista para a história já conhecida pelos norte-americanos, tendo sido considerado “uma obra de arte” pela crítica.
Drama — Purpose, de Branden Jacobs-Jenkins
A peça teatral Purpose aborda a dinâmica complexa e o legado de um patriarca de uma família afro-americana de classe média alta anteriormente envolvido no Movimento pelos Direitos Civis.
History — Combee: Harriet Tubman, the Combahee River Raid, and Black Freedom During the Civil War, de Edda L. Fields-Black e Native Nations: A Millennium in North America, de Kathleen DuVal
Combee, de Edda L. Fiels-Black traz um relato rico e revelador de uma rebelião de escravos que libertou 756 pessoas escravizadas em único dia na Carolina do Sul.
Já Native Nations, de Kathleen DuVal, relembra as comunidades nativas americanas ao longo de mil anos, em um retrato vívido sobre sua resistência e luta pela soberania mesmo diante dos conflitos que desejavam expulsá-los de seus territórios.
Biography — Every Living Thing: The Great and Deadly Race to Know All Life, de Jason Roberts
Escrita por Jason Roberts, a história de Carl Linnaeus e Georges-Louis de Buffon, contemporâneos do século XVIII, que dedicaram suas vidas a identificar e descrever espécies da natureza, foi premiada como a melhor biografia.
Memoir or Autobiography — Feeding Ghosts: A Graphic Memoir, de Tessa Hulls
Nesta obra, as trajetórias de três gerações de mulheres chinesas e a experiência de trauma transmitida por meio de histórias familiares é relembrada por Tessa Hulls, premiada pelo Pulitzer.
Poetry — New and Selected Poems, de Marie Howe
A coleção de poemas selecionados de Marie Howe é a vencedora da categoria de melhor poesia. Por meio de suas palavras, a autora “transforma observações penetrantes da vida cotidiana em milagres sagrados e humanos”, enquanto explora a feminilidade contemporânea.
General Nonfiction — To the Success of Our Hopeless Cause: The Many Lives of the Soviet Dissident Movement, de Benjamin Nathans
No melhor livro de não-ficção, Benjamin Nathans se destaca ao trazer uma história muito bem pesquisada sobre a dissidência de cidadãos soviéticos a partir da década de 1960.
Music — Sky Islands, de Susie Ibarra
Da compositora e percussionista filipina Susie Ibarra, Sky Islands faz um tributo musical ao meio ambiente e os distintos habitats da floresta tropical de Luzon, na Filipinas.
Citações especiais — Chuck Stone
Na homenagem especial, o Pulitzer relembra o falecido jornalista Chuck Stone que cobriu o Movimento pelos Direitos Civis e seu papel pioneiro como o primeiro colunas negro do Philadelphia Daily News.