veja curiosidades sobre a bebida símbolo do Sul

O chimarrão, também chamado de mate, é símbolo não apenas do Rio Grande do Sul, mas de toda a região Sul do Brasil, além de países vizinhos como Argentina, Paraguai e Uruguai. Ao instituir o Dia do Chimarrão, a lei busca reafirmar esse patrimônio imaterial como parte da identidade e da história do povo trabalhador.

Qual a lenda do Chimarrão?

Segundo a tradição guarani, o chimarrão (ou mate) tem uma origem divina, ligada aos deuses e à generosidade da natureza.

Entre as versões da lenda do chimarrão, ou da erva-mate, há uma que conta que a bebida surgiu após um velho pajé pedir a Tupã um amigo para a velhice. Tupã, através de seu mensageiro, deu ao pajé um galho de Caá, ensinando-o a preparar uma infusão que lhe devolveria o vigor e transformando sua filha Yari em deusa dos ervais, Caá-Yari.

Quais são as formas de tomar Chimarrão?

O chimarrão é preparado com erva-mate moída colocada dentro da cuia, geralmente feita de porongo (um tipo de cabaça), e consumido com uma bomba de metal. A água quente, mas não fervente, é despejada sobre a erva para extrair seu sabor marcante e amargo.

Além da forma tradicional, há variações conforme a região ou gosto de quem prepara. Algumas pessoas optam por misturar a erva com plantas aromáticas, como hortelã ou camomila, enquanto outras preferem uma erva mais fina ou mais grossa. No Sul do país, é comum o costume de passar a cuia entre várias pessoas, reforçando a ideia de coletividade. Já em outros contextos, o consumo pode ser individual. Mas em todos os casos, o chimarrão carrega o mesmo sentido de conexão com a cultura e com o outro.

Aprenda a preparar o chimarrão, tradição do povo do Sul

Muito mais do que uma bebida, o chimarrão é um símbolo de identidade cultural, de resistência popular e de convivência coletiva. Presente em reuniões familiares, rodas de conversa e atos políticos no Sul do Brasil e em países vizinhos, o mate tem um modo de preparo que, embora simples, carrega significados profundos e rituais transmitidos de geração em geração. Aprender a preparar o chimarrão é também entender uma parte importante da cultura do povo trabalhador.

Como preparar o chimarrão?

Itens necessários
Cuia
Bomba
Erva-mate
Água quente (70ºC a 80ºC)

Passo a passo
1⃣ Encha 2/3 da cuia com erva.
2⃣ Incline a cuia para formar o “paredão”.
3⃣ Adicione água morna no espaço vazio.
4⃣ Aguarde a absorção da água.
5⃣ Insira a bomba com cuidado.
6⃣ Complete com água quente (sem ferver).

Dica importante
Não mova a bomba depois de posicioná-la.
Cuide da temperatura da água: nada de ferver!

Dia do Chimarrão: cuidado com a etiqueta

Quais cuidados tomar ao servir o chimarrão?

• Respeito ao ritual: Em muitas regiões, o chimarrão é passado de mão em mão, formando rodas. Quem recebe a cuia bebe até o fim e a devolve a quem lhe passou. “É preciso fazer a bomba roncar”.
• Evite mexer na bomba: Uma vez posicionada, a bomba não deve ser movida. Mexê-la pode entupir ou alterar o sabor.
• Cuide da temperatura da água: Água fervente queima a erva; água fria compromete o sabor.

Dia do Chimarrão: aprenda curiosidades sobre o mate

– Mais do que uma simples bebida, o chimarrão faz parte de um ritual entre as pessoas queridas;

É costume o anfitrião montar a erva mate na cuia e servir a bebida bem quente. Depois do primeiro gole, o chimarrão é compartilhado na roda de amigos, sendo um gesto simbólico de companheirismo.

– A bebida, muito popular entre os gaúchos, é uma herança indígena;

Vinda dos povos guaranis que habitavam o território que comtemplam hoje o Paraguai e o estado do Paraná, com o passar do tempo, o chimarrão foi sendo difundido pelos padres jesuítas.

– Depois da água, é a bebida mais consumida no sul do Brasil;

De acordo com informações do Instituto Brasileiro da Erva-Mate (Ibramate) são consumidos em média, 10 kg por habitante/ano.

– Conhecido por abrir o apetite, a bebida é acompanhada pelo churrasco gaúcho.

O chimarrão não pode faltar na churrascada, podendo ainda, acompanhar diversos tipos de receitas salgadas e doces como pipoca, bolo de fubá, amendoim, paçoca, biscoito de polvilho, rapadura, pinhão e torrone.

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