sexta-feira , 25 de abril 2025

Deputada do PT questiona ‘ritual’ do Baep e quer o afastamento dos envolvidos

Deputada estadual Beth Sahão (PT) enviou requerimento de informação ao secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite

A deputada estadual Beth Sahão (PT) enviou requerimento de informação ao secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, sobre as providências que estão sendo tomadas no caso de um vídeo publicado pelo 9º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) de SP com símbolos da KKK e saudação nazista. Saiba mais na TVT News.

Além da deputada do PT, a deputada Ediane Maria (PSOL-SP) protocolou um pedido de investigação ao Ministério Público de São Paulo, na quarta-feira (16).

O que a deputada do PT pede?

O documento da deputada do PT endereçado ao gabinete de Derrite é para que os policiais militares envolvidos no ritual, qualificado como odioso e macabro, sejam afastados de suas atividades enquanto perdurarem as apurações, “a fim de assegurar os devidos procedimentos administrativo e judicial”.

O objetivo da parlamentar Beth Sahão (PT) também é obter detalhes do procedimento que foi aberto pela Corregedoria da Polícia Militar sobre o caso, para as devidas responsabilizações.

Também busca saber quais iniciativas exatamente estão sendo adotadas “para evitar a repetição do ato criminoso, bem como para aprimorar a formação dos agentes da segurança pública na temática da igualdade racial”.

Violência contra negros

A preocupação manifestada no documento no âmbito da questão racial justifica-se, inclusive, pelos dados estatísticos. Conforme levantamento divulgado pelo Instituto Sou da Paz em outubro do ano passado, a taxa de pessoas negras mortas pelas polícias Civil e Militar de São Paulo subiu 83% de janeiro a agosto do ano passado, na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Nos primeiros oito meses de 2024, 441 pessoas foram mortas no estado de São Paulo por agentes das forças de segurança em serviço, contra 247 no ano passado no mesmo intervalo. Isso representa uma alta de 78%.
Desse total, 283 pessoas foram identificadas como negras (soma de pardas e pretas), e 138, como brancas.

Outras 20 tiveram a raça ou a cor ignoradas no momento da elaboração do documento oficial da polícia. No ano anterior, foram mortos 154 negros e 87 brancos. Com isso, praticamente 2 de cada 3 mortos eram negros (64% do total, mais que o dobro das mortes de brancos).

“A violência e discriminação racial é um grave problema em nossa sociedade, marcada por profundas desigualdades em razão das diferenças de raça e etnia. O racismo pode ser expressado por atos diretos, atos omissivos ou gestos simbólicos, que perpetuam intolerância e violações de direitos humanos, em especial, pessoas pardas e negras”, destaca o requerimento da deputada.

A petista Beth Sahão considera o caso do vídeo com símbolos supremacistas um exemplo do potencial que atos como esse têm para insuflar tanto a violência da própria polícia quanto a discriminação nas abordagens

PM queimaram cruz e fizeram saudação nazista, o motivou requerimento da deputada do PT

Requerimento feito pela deputada do PT, Beth Sahão, foi com base no vídeo publicado na terça-feira (15). A publicação tinha imagens noturnas captadas por drone, fumaça de sinalizadores e trilha sonora, o conteúdo mostra PMs diante de uma cruz em chamas.

A cruz em fogo era usada em cerimônias para causar inspiração e comoção entre os membros da Ku Klux Klan (KKK) — grupo reacionário e extremista que defende a supremacia branca e o nacionalismo branco.

“Ela [a cruz] enviará uma emoção de inspiração a todos os membros de clãs nas colinas”, escreveu Thomas Dixon Jr., em The Clansman: A Historical Romance of the Ku Klux Klan (1905).

A TVT News compara as duas situações. Na esquerda está a imagem da PM de SP, a direita está uma foto da KKK. Os integrantes se reúnem diante do objeto enquanto queima.

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Comparação entre a PM de SP com a KKK. Imagem: TVT News

Na sequência aparece um homem levantando o braço acima da altura do ombro. Existem duas possibilidades para esse movimento: o agente errou um dos movimentos mais básicos do militarismo ou ele fez uma saudação a Hitler, em clara apologia nazista.

Na imagem montada pela TVT News é possível ver com clareza que o braço do agente está acima do ombro. Na direita há uma imagem da população alemã reunida realizando a saudação nazista, de praxe, os braços estão acima do ombro em um ângulo similar a 145º.

Ao servir para uma instituição militar a ordem é: faça o movimento em 90º, qualquer alteração é criticada e mal vista, por ser considerada desleixada.

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Movimento de policial em comparação a saudação a Hitler durante a Alemanha nazista. Fotos: Wiki Commons/Reprodução

Crédito do Matéria

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