sexta-feira , 25 de abril 2025

Governo Tarcísio quer remoção da favela do Moinho

Governo de SP pretende expulsar moradores da comunidade do Moinho, localizada na região central da capital paulista

Mais de mil famílias que moram na comunidade do Moinho no centro de São Paulo podem ser expulsas do lugar em breve. O governo do bolsonarista Tarcísio de Freitas prepara para os próximos dias um projeto de remoção gradual de seus habitantes. Saiba mais em TVT News.

Considerada a última favela da região central da cidade, a Moinho está situada entre os bairros do Campos Elíseos e do Bom Retiro. A ideia do governo é “requalificar” a área, que abrigará numa localidade próxima o novo Centro Administrativo do Governo de São Paulo. O objetivo também seria de reduzir o consumo de drogas, visto que, de acordo com investigação do Ministério Público, traficantes usam da comunidade para estocar as substâncias consumidas na Cracolândia. 

Além disso, de acordo com outros dados da gestão, mais de 600 famílias aceitaram formalmente a proposta. Destas, 172 optaram pela mesma, mas não terminaram de entregar todos os documentos necessários para o andamento do processo. 

Moradores serão realocados em residências da CDHU

O morador que aceitar a oferta pode receber uma das unidades compradas pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) ou financiar um imóvel à sua escolha que tenha o valor máximo de até R$ 250 mil para apartamentos na região central ou R$ 200 mil para residências em demais bairros ou cidades do estado. A mensalidade do financiamento é de 20% da renda familiar por até 30 anos. 

Já os moradores que se recusam a sair da Moinho, reclamam que a maior parte das casas oferecidas pelo governo não estão prontas, especialmente as posicionadas no centro da cidade. Muitas delas ainda serão construídas, num prazo que pode levar dois anos. O grupo relata que a aprovação dos habitantes ocorre por medo de uma retirada à força sem nenhum ressarcimento.

Auxílio aluguel de R$ 800

Enquanto as residências não ficam prontas, o morador removido da comunidade receberá um auxílio aluguel de apenas R$ 800, pago metade pelo estado e metade pela prefeitura de Ricardo Nunes. Um pagamento de R$ 2.400 também será efetuado para cobrir gastos com a mudança. 

Contudo, o valor do auxílio aluguel é insuficiente para a locação de um imóvel de qualidade no centro de São Paulo, o que faria com que as famílias voltassem a morar em locais da mesma forma precários.  

O governo alega que a permanência dos residentes na zona é impraticável por conta de possíveis riscos relacionados à operação das linhas 7-Rubi e 8-Diamante da CPTM. A gestão afirma ter condições de mover toda a população para habitações adequadas da CDHU. “É um risco muito bem mapeado pela Defesa Civil, o que torna inviável qualquer tentativa de regularização”, defendeu Reinaldo Iapequino, presidente da CDHU, à Folha de S.Paulo

Porém, há outra questão a ser resolvida: a do próprio território. A área onde a gestão Tarcísio deseja construir um parque e uma estação de trem na extensão da favela do Moinho é de posse da União, enquanto a ordem de remoção é do governo do estado. Assim, Tarcísio terá que negociar com o governo Lula. 

A União pede que o governo estadual garanta moradia para os habitantes removidos da comunidade. A Secretaria de Patrimônio da União (SPU) citou, em nota, que a área somente será concedida após receber o projeto detalhado do parque com ajustes da CDHU.

Com informações da Folha de S.Paulo

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